27 de março de 2012 | 07h44
Há 18 anos à frente da rede de franquias de lava-rápido DryWash, Lito Rodriguez agora quer ganhar espaço nas gôndolas dos supermercados. Em dezembro, ele lançou uma linha de produtos automotivos da marca com 10 itens, incluindo não só o composto de lavagem a seco desenvolvido pela empresa, mas também silicone, limpa-vidros e cera automotiva, entre outros.
O projeto do empresário é ambicioso. Até o fim do ano, ele ainda deve colocar à venda alguns produtos orgânicos, parte da estratégia de reposicionamento da rede - a empresa começou a reformular algumas lojas com materiais ecologicamente corretos para reforçar o apelo de sustentabilidade da lavagem a seco.
"Atualmente, ser uma empresa ambientalmente correta é obrigação", diz o empreendedor. Se tudo der certo, até 2016 Rodriguez pretende lançar também itens para higiene da casa. "Minha especialidade é limpeza de superfície, o que me permite atuar em outros ramos", diz.
Rodriguez não tem medo de ousar. Em 1994, ingressou no emergente, mas pouco profissionalizado, mercado de lavagem automotiva, com a ideia de construir uma grande rede. Para se destacar, na primeira unidade instalou sala de espera, televisão, frigobar e refeitório para os funcionários. Mas um detalhe ainda o incomodava: o uso de água para lavagem dos carros.
"Queria levar o serviço para onde as pessoas estavam, mas esbarrava no problema de uso da água e esgoto", explica. O empresário, que pouco entendia de química, começou a pesquisar a fórmula de um produto que limpasse superfícies sem o uso desses recursos. Após um ano de testes caseiros, encontrou a fórmula perfeita. O composto que permite a lavagem a seco deu a Rodriguez mobilidade para levar o serviço a condomínios e estacionamentos de shoppings. De quebra, ele ganhou credibilidade ao associar sua empresa a uma prática ambientalmente correta.
Como consequência, as franquias da marca DryWash ganharam espaço no mercado. Em dois anos, já existiam mais de 120 lojas. O crescimento acelerado, porém, quase fez o empresário perder o controle. "Trabalhava 18 horas por dia, sete dias na semana. Parei de me atualizar e, se por um lado ganhava dinheiro, por outro minha empresa não agregava valor" conta.
A mudança aconteceu em 2002, quando o negócio foi selecionado para participar de um programa do Instituto Endeavor. "Fizemos uma grande estruturação que nos permitiu um crescimento sustentável." O número de franquias também foi reduzido - hoje são cerca de 60 lojas.
Escala. Para diminuir os custos da fábrica, o empreendedor precisava ganhar escala e aumentar sua produção. A saída foi fabricar produtos para terceiros, o que aprimorou a tecnologia e abriu espaço para o desenvolvimento da linha própria para o varejo. O desafio agora é construir um bom canal de distribuição.
Apesar do desaquecimento da indústria, Rodriguez não se intimida. Este ano, quer aumentar em 30% as vendas da fábrica da DryWash. O plano é igualar a receita de produtos e serviços - atualmente o faturamento das franquias é estimado em R$ 40 milhões, enquanto o da fábrica é de R$ 5 milhões.
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