PUBLICIDADE

Publicidade

Frigorífico Mercosul fecha unidade no PR

É a segunda unidade do grupo que fecha as portas em apenas um mês

Por Evandro Fadel
Atualização:

Os cerca de 480 funcionários do frigorífico Mercosul, em Paiçandu, a 420 quilômetros de Curitiba, no noroeste do Paraná, foram surpreendidos ao retornarem ontem de férias coletivas de 20 dias, com o convite para assinarem as cartas de demissão. O grupo Mercosul, um dos maiores do ramo de frigoríficos do País, decidiu fechar a unidade. Há cerca de um mês, já havia fechado uma outra unidade, em Naviraí (MS). Com isso, o grupo permanecerá com sete unidades. O gerente de Recursos Humanos do grupo, Carlos Alberto Brandalize, disse que a decisão de encerrar as atividades em Paiçandu foi tomada em razão da falta de gado para o abate e do preço alto que os produtores pediam quando podiam oferecer a matéria-prima. "Como essa situação vinha se perpetuando acabou na decisão de fechar a unidade", disse. O Mercosul operava em Paiçandu havia cerca de três anos, com trabalhos de abate e desossamento de bovinos. Como a unidade de Naviraí também alimentava Paiçandu para o desossamento, uma parcela da atividade já tinha se encerrado. "Tudo isso foi agravado pela crise mundial", disse Brandalize. "Boa parte de nossos clientes do exterior também deixou de honrar os compromissos." Segundo ele, no auge da produção, a unidade de Paiçandu chegou a abater 650 cabeças por dia, mas ainda foi prejudicado pelo fechamento temporário dos mercados russo e, posteriormente, do venezuelano. "Agora estávamos há vários dias sem abate, mas, quando tinha, ficava em cerca de 200 cabeças", disse. "Tentamos resolver com as férias coletivas, mas não conseguimos." Brandalize disse que a empresa vai concentrar as forças na unidade que possui em Nova Londrina, a 180 quilômetros de Paiçandu, onde é feito apenas o desossamento. A expectativa do grupo é que possa reativar o setor de abate. Se isso acontecer, a previsão é de que cerca de 80 funcionários sejam contratados para se somar aos 400 que trabalham na unidade. De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Alimentos de Maringá, o pagamento do 13º salário aos demitidos deve ser feito normalmente no dia 19, e as verbas rescisórias serão divididas em cinco parcelas a partir do dia 15 de janeiro.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.