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Frigoríficos mudam origem da carne para exportar aos EUA

Produtores estão redirecionando seus embarques para os Estados Unidos para outros países do Mercosul

Por Alexandre Inácio e da Agência Estado
Atualização:

Com a suspensão temporária das exportações de carne bovina industrializada do Brasil para os Estados Unidos os frigoríficos que mantêm negócios com o mercado americano estão redirecionando seus embarques para outros países do Mercosul. A suspensão dos certificados de exportação foi confirmada na sexta-feira pelo Ministério da Agricultura.   Dentro deste novo contexto, o Marfrig informou que irá atender o mercado americano pelas unidades que possui no Uruguai e na Argentina, enquanto as restrições do Brasil permanecerem. "No acumulado dos seis primeiros meses de 2008 as vendas de carne cozida aos Estados Unidos responderam por 4,2% das nossas exportações de carne bovina processada a partir do Brasil", disse a empresa em nota enviada ao mercado.   No JBS-Friboi, que teve uma das plantas suspensas antes da ampliação da restrição, a estratégia também é atender o mercado a partir de outros países. A empresa informou que utilizará a estrutura que possui na Argentina e nos Estados Unidos para abastecer o mercado americano. "Do total de exportações da JBS no Brasil no segundo trimestre de 2008, os Estados Unidos representaram menos de 3% da receita sobre as exportações da empresa", diz nota da empresa.   Já o Bertin informou que a carne que seria destinada aos Estados Unidos será direcionada para outros mercados em potencial, inclusive o mercado interno, até que a restrição do governo brasileiro seja suspensa. "Não haverá queda no volume de produção e as remessas para os demais países continuam normalmente", disse a empresa.   Na sexta-feira, o governo disse que espera que o Brasil volte a exportar para os Estados Unidos dentro de um prazo máximo de três semanas. Durante reunião em Washington, entre o secretário de Defesa Agropecuária do Ministério, Inácio Kroetz, e representantes do Serviço de Inspeção e Segurança Alimentar (FSIS, na sigla em inglês) do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), ficou acertado que será adotado um cronograma de ações corretivas, que inclui o treinamento e reciclagem de técnicos do Serviço de Inspeção Federal (SIF), das empresas, além das auditorias com equipes especialmente capacitadas neste programa.

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