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Fuga de estrangeiros é recorde na Bolsa

A fuga de recursos externos da Bovespa atingiu R$ 897,5 em maio. O número é recorde e ampliou para R$ 1,234 bilhão a saída de recursos estrangeiros este ano. De acordo com analistas, a saída é o principal motivo para a queda do Ibovespa.

Por Agencia Estado
Atualização:

A saída de recursos estrangeiros da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) em maio atingiu R$ 897,5 milhões, a maior fuga de capital externo registrada num mês desde dezembro de 1998. Naquele mês, a saída foi de R$ 1,234 bilhão. A perda de capital estrangeiro no ano está acumulada em R$ 1,932 bilhão. De acordo com analistas, a saída de recursos externos foi a principal responsável pela queda de 3,74% do Ibovespa - Índice que mede a valorização das ações das empresas mais negociadas na Bolsa - em maio. As oscilações no cenário internacional levaram os investidores estrangeiros a reduzir sua exposição em aplicações de risco, como as ações e os títulos da dívida externa brasileira. As dificuldades fiscais enfrentadas pela Argentina contribuíram para o aumento da instabilidade. O diretor de Renda Variável da Unibanco Asset Management, Jorge Simino, disse que um dos fatores que ampliaram as vendas dos estrangeiros foi a diminuição do peso da bolsa brasileira no Morgan Stanley Capital Index (MSCI), a sugestão de carteira de mercados emergentes do banco Morgan -a participação do mercado acionário brasileiro encolheu de 9,7% para 7,4%. O pior quadro foi verificado no dia 23. A deterioração do quadro internacional fez o Ibovespa bater na mínima do ano, uma desvalorização acumulada anual de 20,50%. Na semana passada, alguns índices da economia americana voltaram a animar o mercado acionário. O diretor de Renda Variável do Banco Lloyds TSB, Pedro Thomazoni, acredita que, os investidores estrangeiros já estão voltando a comprar papéis no Brasil. Negociações com ADRs foram expressivas As negociações com American Depositary Receipts (ADRs) brasileiros no mercado acionário dos Estados Unidos foram expressivas em maio. ADRs são certificados emitido por bancos norte-americanos, que representam ações de uma empresa fora dos EUA. Isso dá visibilidade para a companhia no mercado internacional e facilita a captação de recursos no exterior. De acordo com o Banco de Nova York, o total negociado no mês alcançou US$ 7,3 bilhões. Na Bovespa, foram US$ 8 bilhões. Essa diferença - US$ 700 milhões - foi a maior pró-Bovespa desde março. No terceiro mês do ano, os negócios com ADRs brasileiros em Nova York superaram em US$ 500 milhões o volume total da Bovespa. Em abril, a bolsa paulista movimentou US$ 300 milhões a mais que os ADRs.

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