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Funcionários da Sadia protestam por reajuste e contra demissão

Segundo sindicato, centenas de trabalhadores realizaram assembleia para votar proposta de reajuste salarial

Por Solange Spigliatti , e Tatiana Freitas e da Agência Estado
Atualização:

Centenas de funcionários da Sadia reuniram-se na manhã desta sexta-feira, 23, em frente à sede da empresa no bairro da Lapa, zona oeste de São Paulo, para discutir a proposta de reajuste salarial apresentada pela companhia. A proposta da Sadia, de reajuste de 8% (o equivalente ao INPC mais aumento real de 0,96%), foi rejeitada pelos trabalhadores em assembleia realizada em dezembro e, de acordo com informações do sindicato, novamente descartada nesta manhã. Veja também Desemprego, a terceira fase da crise financeira global De olho nos sintomas da crise econômica  Dicionário da crise  Lições de 29 Como o mundo reage à crise  Uma audiência entre a empresa e representantes dos trabalhadores está marcada para a próxima segunda-feira (26), às 14 horas, na Delegacia Regional do Trabalho, em São Paulo. A data-base para o reajuste do setor de alimentação é outubro. Segundo a Polícia Militar, cerca de 250 pessoas estiveram reunidas em frente à sede da Sadia nesta manhã. Já o sindicato informa que mil trabalhadores participaram do ato. A organização informa ainda que a manifestação teve também o objetivo de pressionar a empresa em relação às 350 demissões anunciadas nesta semana. O sindicato contesta a informação, divulgada pela empresa, de que as dispensas envolvem, em sua maioria, funcionários que ocupam cargo de gerência e diretoria. A empresa tem um total de aproximadamente 63 mil funcionários. Negociações A Sadia informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que está aberta a negociações de reajuste salarial e alega que os seus trabalhadores não foram consultados pelo Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Alimentação do Estado de São Paulo sobre o porcentual de ajuste proposto. Ao contrário das informações do Sindicato, a Sadia afirma que não foi realizada nenhuma assembleia para a discussão do tema - nem em dezembro do ano passado e nem esta manhã. A empresa diz ainda que aguarda a consulta aos funcionários, por parte do sindicato, para prosseguir com as negociações. Ainda de acordo com informações da Sadia, o Ministério do Trabalho havia estipulado o dia 17 de janeiro como prazo final para a realização de assembleia pelo sindicato, o que, segundo a empresa, não ocorreu. Já o Sindicato afirma que não há nenhum prazo expirado para a realização da assembleia e que a proposta da Sadia foi rejeitada duas vezes pelos trabalhadores. Diante da falta de posicionamento do sindicato apontada pela empresa e do impasse a respeito do reajuste, cuja data-base é em outubro, a Sadia pediu a realização de uma audiência na Delegacia Regional do Trabalho, que foi marcada para a próxima segunda-feira (26). A Sadia emprega hoje cerca de 52 mil funcionários e possui cinco unidades industriais no estado do Paraná, duas em Santa Catarina, e uma no Rio Grande do Sul. A Sadia conta ainda com unidades industriais distribuídas em Minas Gerais, na cidade de Uberlândia; no Rio de Janeiro, em Duque de Caxias; no Mato Grosso, em Várzea Grande e Lucas do Rio Verde; no Distrito Federal; e na Rússia.

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