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Funcionários de empresas aéreas que quebraram não veem futuro no setor

Depois de passar por Vasp, Transbrasil e Varig, trabalhador passou a controlar voo de helicóptero

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Por Luciana Dyniewicz
Atualização:

Com passagem por três empresas aéreas que quebraram – Vasp, Transbrasil e Varig –, o engenheiro de voo Luciano Mantovani, de 52 anos, já não vê futuro na aviação comercial. “É praxe no Brasil as companhias aéreas quebrarem. Os encargos são elevados, dificultam a operação”, diz. “Trabalhar nessa área é para quem não tem família. Não há confiança de que se vai ter futuro”, acrescenta ele, que tem R$ 62,4 mil para receber da massa valida da Varig. Decepcionado com o setor, Mantovani trabalha hoje no controle de voo de helicópteros que pousam em navios.

Mantovani tem R$ 62,4 mil da Varig para receber Foto: Gilmar Gomes/Estadão

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Também desapontado, um despachante de voo que pediu para não se identificar conta pensar em mudar de profissão – após ter trabalhado na Varig (“até poucos meses antes de ela parar”), na BRA (“até o fim”) e na Avianca Brasil. “Estou me cadastrando em sites, tentando me realocar, mas, se não conseguir, vou mudar de área. O problema é que a profissão é muito específica. É difícil uma empresa de outro setor aceitar um profissional como eu”, conta ele, que era responsável pelo planejamento de voos da Avianca e foi demitido na quinta-feira sem receber informações sobre os pagamentos devidos.

Segundo o Sindicato dos Aeroviários de Guarulhos, no aeroporto da cidade, 70 funcionários da Avianca foram dispensados entre dezembro e abril. Apenas na quinta-feira, outros 67 foram demitidos – restavam 167. O primeiro grupo de trabalhadores a deixar a empresa conseguiu receber as verbas rescisórias, ainda que com atraso.

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