PUBLICIDADE

Funcionários de Furnas paralisam atividades

Por Kelly Lima
Atualização:

Cerca de 500 funcionários de Furnas Centrais Elétricas paralisaram as atividades e fecharam a entrada da empresa hoje por duas horas em protesto às pressões internas sobre o Conselho Deliberativo do Fundo Real Grandeza para que sejam mudados o presidente do Fundo, Sérgio Ferraz Pontes, e o diretor de investimentos, Ricardo Gurgel. Em nota oficial emitida na quinta-feira passada, a assessoria de imprensa de Furnas alegou problemas de relacionamento com a direção do Fundo como justificativa para o pedido de substituição de ambos. As pressões já haviam ocorrido na época do então presidente de Furnas Luiz Paulo Conde (PMDB), mas não tinham voltado à tona desde que o atual presidente, Carlos Nadalluti - também indicado pelo PMDB -, assumiu no final de 2008. "A legislação garante que os dirigentes do Fundo devem seguir seu mandato até o fim e que os membros do Conselho não devem seguir ordem de ninguém. Para um presidente do Fundo ser exonerado tem que haver um motivo mais forte do que o apresentado", alega a presidente da Associação dos Aposentados (Pós-Furnas), Tânia Vera de Araújo, que coordenou a movimentação hoje de protesto em Furnas, juntamente com os sindicatos que representam os trabalhadores da companhia. Hoje o Conselho é formado por três membros indicados, sendo dois por Furnas e um pela Eletronuclear. Outros três conselheiros são eleitos, entre aposentados e ativos. "A pressão principal está entre os indicados", disse Tânia. O fator novo nesta pressão, dizem os manifestantes, é que o representante da Eletronuclear, Wilson das Neves, tende a aceitar a pressão. "Se ficar um placar de três a três, a direção de Furnas é que desempataria", disse ela. Hoje, em resposta aos manifestantes, o presidente do Conselho de Real Grandeza, Vitor Albano, afirmou que nenhuma proposta de substituição aos atuais diferentes do Fundo seria apresentada em reunião do Conselho hoje. Em seu pronunciamento, afirmou que não tinha recebido ordem de ninguém para apresentar proposta de substituição e que, "se algum dia o fizesse, assumiria integralmente esse ônus". Ele disse ainda que o Conselho deliberaria sobre outras matérias e que não havia intenção de propor qualquer alteração na diretoria-executiva "hoje". O Fundo Real Grandeza tem patrimônio de R$ 6,3 bilhões e 12,3 mil associados entre aposentados e funcionários de Furnas e Eletronuclear. Depois que perdeu R$ 151 milhões em investimentos no Banco Santos em 2005 - quando foram afastados três dirigentes pela Secretaria de Previdência Complementar, do Ministério da Previdência, o Fundo teve mudanças na sua gestão e tornou-se mais conservador e menos exposto ao risco.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.