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Fundo de ação com taxa de administração de 4% ao ano rende menos que poupança

Quero comprar um apartamento na planta, algum projeto que tenha previsão de entrega das chaves em três anos. Com esse intervalo de tempo, pelo que pesquisei, as construtoras parcelam no mínimo 30% do valor do apartamento até a entrega das chaves e o restante pode ser financiado. Hoje, tenho sobrando no meu orçamento R$ 500 por mês. Atualmente, aplico esse dinheiro em um fundo de ações com taxa de administração de 4% ao ano. Nos últimos 24 meses, tive retorno de 9,03%. Seria mais rentável aplicar esse dinheiro em um consórcio imobiliário, no Tesouro Direto ou aumentar o valor das parcelas do apartamento até as chaves, para que, daqui três anos, o valor do imóvel a ser financiado seja menor?

Por Fábio Gallo
Atualização:

A sua aplicação em fundo de ações trouxe um rendimento baixo em relação a outras possibilidades disponíveis no mercado. Além disso, a taxa de administração que está sendo cobrada é muito alta. O resultado é que o ganho líquido está sendo muito baixo. Para dar uma ideia, caso você tivesse aplicado em caderneta de poupança, a rentabilidade acumulada seria próxima de 12% nesse período. Com certeza você deve buscar outras opções de aplicação para obter um retorno melhor. Por outro lado, pelo fato de que você está procurando um apartamento na planta, a alternativa de aumentar o valor dos pagamentos até as chaves e reduzir o valor financiado é uma opção melhor. Isso porque, no geral, a taxa obtida em qualquer aplicação deve ser menor do que a taxa de juros que você irá pagar no financiamento do apartamento, mesmo sendo crédito imobiliário que usualmente tem taxas mais em conta.

Tenho um financiamento no SFH de 7,9% ao ano mais TR, sendo que o Custo Efetivo Total dele é de 9,5% ao ano mais a TR. Devo aplicar o dinheiro que sobra mensalmente do orçamento ou amortizar a dívida?

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Essa pergunta segue a mesma linha da anterior. O ganho líquido de suas aplicações não deve estar sendo superior ao custo da dívida. Mas, independentemente de qualquer outra coisa, algo você deve se perguntar: se tenho dinheiro, por que pagar juros para os outros? Assim, como nosso leitor tem dinheiro para poupar, além do que paga no financiamento imobiliário, o mais adequado é sair de financiamentos o mais rápido possível. Depois disso, o valor que ele terá disponível para aplicação será mais volumoso e os seus ganhos serão maiores.

Na semana passada, foi tratado aqui nesta coluna o tema "aluguel de ações". Me interessei pelo assunto e gostaria de entender que garantia é dada à pessoa que loca ações quando o locatário não tem como devolver as ações locadas na data de vencimento do contrato.

Como eu escrevi na resposta da semana passada sobre locação de ações, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) garante as operações realizadas em seu ambiente. O risco de não ter as ações devolvidas no prazo combinado não há nesta operação. Isso quer dizer que, caso o locatário não tenha como devolver as suas ações, a Bovespa irá devolvê-las. O risco do proprietário das ações é que, durante o período de aluguel, elas não podem ser vendidas. Caso essas ações subam, o investidor não poderá realizar o lucro ou, caso o preço caia, não poderá limitar o prejuízo. Em compensação, ele recebeu um valor referente ao aluguel desses ativos.

Moro no Paraná e gostaria de investir em ações. É possível fazer isso à distância? Existem boas corretoras fora do eixo Rio/São Paulo?

Sem dúvida alguma existem. A questão da distância não é mais problema para os interessados em investir em ações. Você pode operar via internet dando ordens para a corretora ou mesmo pelo serviço de home broker, também via corretora, que o conecta ao pregão da Bolsa pela internet. Uma dica é entrar no site da BM&FBovespa e, na página inicial, entrar na aba "Corretoras". Na sequência, será aberta a página de corretoras e você poderá selecionar uma instituição bem ao seu gosto. Para essa seleção, a Bolsa pede que você indique: a) valor inicial que deseja investir; b) no que quer investir/negociar (ações, debêntures, títulos públicos, etc); c) qual o tipo de corretora (via internet ou local); d) serviços que deseja (análises, simuladores, clubes de investimentos, etc). Há sim boas corretoras fora do eixo Rio/São Paulo. Na página mencionada da Bolsa você encontra a opção de indicar o Estado e a cidade de seu interesse para verificar quais corretoras estão à sua disposição. No caso de Curitiba, por exemplo, a BM&FBovespa aponta um total de 12 corretoras.

FÁBIO GALLO É PROFESSOR DE FINANÇAS DA FGV E DA PUC-SP

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