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Fundo de Amparo ao Trabalhador pode ser mantido

FAT deve ficar de fora do processo de redução dos 280 fundos que o governo propôs

Foto do author Adriana Fernandes
Por Adriana Fernandes e Idiana Tomazelli
Atualização:

O Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), que banca o pagamento dos benefícios do seguro-desemprego e abono salarial, deve ficar de fora do processo de redução dos 280 fundos que o governo propôs no pacote de reformas encaminhado pelo governo ao Congresso.

Pela Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos fundos públicos, que integra as medidas, os repasses dos recursos do FAT para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) serão reduzidos de 28% para 14%.

O corte das transferências constitucionais ao BNDES faz parte da política do ministro da Economia Foto: Ernesto Rodrigues / Estadão

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O corte das transferências constitucionais ao banco de fomento faz parte da política do ministro da Economia, Paulo Guedes, de ampliar a participação do setor privado na retomada dos investimentos e do crescimento econômico.

Em entrevista ao Estadão/Broadcast, o secretário especial adjunto de Fazenda do Ministério da Economia, Esteves Colnago, disse que o governo “tem a convicção de que o FAT será mantido” na revisão dos fundos prevista na PEC.

A PEC determina que os R$ 220 bilhões parados nos fundos serão usados para o abatimento da dívida pública. A maior parte dos fundos será extinta no fim do segundo ano depois que a PEC for aprovada. A proposta também restringe a criação de novos fundos públicos.  Segundo Esteves, a obrigação do governo de pagar o seguro-desemprego e o abono salarial continua existindo, independentemente do FAT.

“O FAT é o veículo para o pagamento”, disse. Mesmo que o Congresso decida extinguir os fundos, a obrigação de pagar os dois benefícios é assegurada pela Constituição. O seguro-desemprego, inclusive, é cláusula pétrea da Constituição.

Colnago, que participou da elaboração do pacote, defendeu a redução dos repasses do FAT ao BNDES. Hoje, do ponto de vista fiscal, as transferências para o banco – de R$ 19 bilhões a R$ 20 bilhões por ano – têm impacto praticamente neutro no Orçamento. Assim como o FAT repassa o dinheiro para o banco, depois o fundo acaba pedindo de volta ao Tesouro o mesmo recurso para cobrir o rombo com o pagamento dos benefícios.

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Segundo o secretário, essa situação tem ocorrido nos últimos anos com as transferências do FAT. Mas o quadro pode mudar, caso a economia entre “num voo mais sustentável”, permitindo uma arrecadação maior do fundo e a redução dos pagamentos do seguro-desemprego e do abono.

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