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Fundos de ações perdem menos do que Bolsa

Com uma perda de 3,02%, os grandes fundos de ações tiveram desempenho melhor que o da Bolsa, que teve queda de 11,02% no ano passado. Segundo especialistas, resultado se deve a estratégia conservadora e gestão ativa dos recursos.

Por Agencia Estado
Atualização:

Os grandes fundos de ações conseguiram obter no ano passado um desempenho bastante superior ao Ibovespa- índice que mede a valorização das ações mais negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). De acordo com um índice criado pelo Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec Educacional) que contempla as carteiras com os 20 maiores patrimônios do segmento, os fundos de ações encerraram 2001 com uma perda acumulada de 3,02%, contra queda de 11,02% do Ibovespa. Gestores focados em renda variável consideraram a diferença entre os desempenhos dos maiores fundos e do Ibovespa bastante expressiva. Segundo o gestor da Itaú LAM, André Caminada, esse resultado mostra que os administradores de recursos estão buscando agregar cada vez mais valor às carteiras com uma gestão ativa, para superar o mercado. Para Caminada, isso demonstra ainda que os gestores procuraram sempre se antecipar aos cenários, utilizando para isso instrumentos de análise de investimento e controle de risco. Na opinião do gestor de renda variável do Safra, Valmir Celestino, a gestão tem melhorado ao longo do tempo, o que ficou comprovado com esse resultado de 2001. Estratégia foi conservadora O diretor de renda variável da Bradesco Asset Management (Bram), Herculano Aníbal Alves, explicou que a estratégia 2001 - ano marcado por surpresas negativas para o mercado - foi bastante conservadora. O que se mostrou eficiente, segundo ele. Alves lembrou que a metodologia até outubro foi manter o caixa dos fundos elevado, diminuindo o montante aplicado e, com isso, os riscos do mercado de ações. Mas depois dos atentados contra os Estados Unidos, em 11 de setembro, os gestores começaram a avaliar a possibilidade de voltar a aplicar, comentou o diretor. De outubro para frente, a opção foi ir às compras e aproveitar a recuperação da Bolsa. Com o cenário conturbado do ano passado, que levou o dólar a uma disparada, a aposta preferida pelos especialistas foram as ações de companhias exportadoras. Entre as escolhas estiveram Petrobrás, com receita atrelada à moeda americana pela cotação do petróleo, Vale do Rio Doce e Aracruz, que faturam com vendas internacionais. Para André Caminada, a tendência é de que as administradoras de recursos busquem aprimorar e expandir cada vez mais a gestão ativa. Segundo o especialista, como o nível de informação do cliente é crescente, ele não se contenta mais com uma aplicação passiva, que simplesmente tenha como objetivo trazer o mesmo retorno da Bolsa. Valmir Celestino, do Safra, afirmou ainda que o investidor brasileiro busca resultados expressivos quando resolve se arriscar no mercado de renda variável. Como possui um perfil conservador, explicou, ele procura por ganhos realmente maiores quando deixa a segurança da renda fixa. Atentos a essa demanda, segundo Celestino, os bancos devem direcionar esforços para a gestão ativa.

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