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Fundos de investimento demonstram interesse na nova Varig, diz Audi

No mercado, no entanto, há quem duvide do flerte divulgado pelo presidente do conselho de administração da VarigLog, nova controladora da companhia aérea, Marco Antonio Audi

Por Agencia Estado
Atualização:

Sete fundos de investimento nacionais e estrangeiros já demonstraram desejo em investir numa participação acionária na nova Varig. Quem revela o interesse, mas não divulga detalhes, é o presidente do conselho de administração da VarigLog, nova controladora da companhia aérea, Marco Antonio Audi. No mercado, no entanto, há quem duvide desse flerte. Como a nova Varig ainda aguarda a primeira etapa de sua homologação, que é a autorização para funcionamento jurídico, ela não existe no papel porque não tem CNPJ. Não pode, portanto, contratar funcionários nem comprar aeronaves. "Tudo é possível, mas não acredito. É, no mínimo, estranho tal interesse nesse momento em que a nova Varig não tem a certificação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Vejo com estranheza e desconfiança", afirma a presidente do Sindicato Nacional dos Aeroviários, Selma Balbino. Audi, por sua vez, reclama da demora em receber a certificação. "O que a gente poderia correr, já correu. Meus passos são ditados pela Anac", afirma. O único nome de potencial investidor admitido por Audi foi o do fundo de investimentos canadense Brookfield, acionista do banco brasileiro Brascan, e que já havia demonstrado, em meados de junho, interesse em investir na Varig com a portuguesa TAP e a Air Canada. Além disso, a companhia aérea canadense poderá ceder alguns jatos que já negociou com a Embraer para a nova Varig. Como há falta de aviões novos e econômicos no mercado mundial, Audi revela que a VarigLog se propôs a pagar um ágio entre US$ 250 mil e US$ 700 mil, por aeronave, para tomar o lugar na fila de companhias aéreas que já assinaram pedidos firmes de compra com a Embraer e que já estão recebendo - ou ainda vão receber - os aviões, como é o caso da Air Canadá. Audi já havia informado que está quase fechado o contrato com a fabricante brasileira de aviões, numa operação para 50 modelos da família Embraer 190. "O BNDES é um banco altamente profissional, com técnicos que entendem do negócio, mas não é imprescindível", afirma Audi. O executivo referia-se ao pedido que a VarigLog fez ao banco estatal, no dia 23 de agosto, para analisar uma linha de crédito equivalente a US$ 1,7 bilhão, mas que seria concedida em reais, para comprar os jatos da Embraer. A VarigLog, por sua vez, entraria com US$ 300 milhões, mas paralelamente está em negociações adiantadas com quatro arrendadores de aviões (leasing). Anac A VarigLog ajuizou um pedido de reconsideração no Superior Tribunal de Justiça contra liminar obtida no último dia 14 pela Anac, que a autoriza a redistribuir vôos da companhia. O agravo, movido na sexta-feira, chegou às mãos do ministro do STJ, Ari Pargendler, ao meio-dia desta segunda-feira. Há chances de o pedido de reconsideração ser julgado pela Segunda Seção do STJ na quarta-feira, quando 10 ministros do superior se reúnem. No entanto, o STJ informa que nada impede que Pargendler julgue individualmente o caso. Em outras duas ocasiões, o ministro já havia decidido que a competência sobre questões que envolvem a reestruturação da Varig é da 1ª Vara Empresarial do Rio, que já publicou decisões tentando impedir que a Anac distribua vôos da Varig.

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