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Fundos de pensão perderam R$ 3 bi em junho

De acordo com os dados da Abrapp, os fundos de pensão fechados perderam cerca de R$ 3 bilhões em junho. Com a perda acumulada no ano de R$ 4,3 bilhões, os fundos podem ter dificuldade para atingir a meta atuarial de rentabilidade, que é IGP-M mais 6%.

Por Agencia Estado
Atualização:

Os fundos de pensão fechados perderam cerca de R$ 3 bilhões em junho, de acordo com os dados da pesquisa da Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Privada (Abrapp). Naquele mês, a carteira de investimentos dos fundos somava R$ 150,2 bilhões contra R$ 153,1 bilhões de maio. Com a saída de recursos de junho, a perda no ano chegou a R$ 4,3 bilhões. Na carteira dos fundos de pensão, as aplicações na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) foram reduzidas em R$ 2,5 bilhões e o percentual da carteira de investimentos em ações caiu para 17,5%, o menor desde 1994. Na parcela de recursos destinada aos fundos de renda fixa, a perda foi de cerca de R$ 200 milhões. Já as aplicações em títulos públicos tiveram um aumento de R$ 266 milhões. Com a perda acumulada no ano de R$ 4,3 bilhões, os fundos podem ter dificuldade para atingir a meta atuarial de rentabilidade que é de Índice Geral de Preços ao Mercado (IGP-M) mais 6%. De acordo com o presidente da Abrapp, Fernando Pimentel, os motivos da queda foram a marcação a mercado, a reavaliação da carteira de imóveis e principalmente a desvalorização da Bolsa de Valores. Para o presidente da Abrapp, é preciso avaliar a situação de cada fundo. "O fundo que não tinha superávit pode ter problemas momentâneos, mas o sistema em seu todo está saudável". Sua expectativa é boa, pois, segundo ele, os fundos prejudicados por um momento circunstancial da economia têm tempo para reverter perdas, por serem investimentos de longo prazo. Perda não compromete beneficiários O consultor de Investimento da Mercer Investment Consulting, Thyrso Ferrato, explica que esta situação não compromete o pagamento dos beneficiários, pois em períodos anteriores as altas taxas de juros e os cenários das bolsas de valores favoráveis permitiram que os fundos acumulassem uma boa reserva. "Este resultado é de apenas um mês, temos que avaliar os resultados a longo prazo. Além disso, as entidades conseguiram acumular uma boa reserva nos últimos tempos", avalia. Ferrato destaca que no período entre dezembro de 2000 a dezembro de 2001, por exemplo, a carteira de investimentos dos fundos tiveram um ganho de R$ 25 bilhões. "Os pagamentos só ficam comprometidos se daqui em diante os fundos não conseguirem bater sua metas atuarias com freqüência, mas, por enquanto, o sistema está saudável", explica o consultor da Mercer. Veja no quadro abaixo os números (em milhões) da carteira por tipo de aplicação. Tipos Dez/94* Dez/96* Dez/99* Dez/00 % Dez/01 % Jun/02 % Ações 39,1 30,9 26,3 30.669 23,6 28.614 18,5 26.319 17,5 Imóveis 14,4 12,9 8,8 10.460 8,0 10.554 6,8 10.840 7,2 Depósito a prazo 11,5 9,6 4,6 4.145 3,2 4.822 3,1 4.384 2,9 Fnd Investimentos-RF 12,4 16,8 31,6 47.710 36,7 62.411 40,4 62.276 41,5 Fnd Investimentos-RV - 2,6 12,2 14.881 11,4 16.232 10,5 14.132 9,4 Empréstimos e participantes 1,9 2,2 1,6 2.279 1,8 2.742 1,8 2.868 1,9 Financiamento imobiliário 4,6 5,1 3,4 3.797 2,9 3.848 2,5 3.461 2,2 Debêntures 1,9 4,8 2,5 2.660 2,0 3.201 2,1 3.056 2,0 Títulos públicos 3,8 5,7 6,3 8.588 6,6 17.513 11,3 18.122 12,1 Outros 2,6 2,4 2,6 4.687 3,6 4.496 2,9 4.567 3,0 Operações com patrocinadores 7,8 6,9 0,1 201 0,2 144 0,1 143 0,1 Total 100 100 100 130.077 100 154.578 100 150.168 100 Fonte: Abrapp *Participação percentual sobre o patrimônio

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