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Fundos de pensão podem recuperar ganho menor

Os fundos de pensão têm metas atuariais que precisam ser cumpridas. Analistas consideram que este objetivo de rendimento, se não atingido em um ou dois anos, não representa um problema, já que a diferença pode ser recuperada.

Por Agencia Estado
Atualização:

As carteiras dos fundos de pensão possuem metas atuariais, ou seja, objetivos de rentabilidade que são analisados a cada ano. Com as fortes quedas no mercado acionário, o ganho de alguns fundos poderá ficar abaixo da meta, apesar da decisão de muitos gestores em reduzir a parcela de recursos destinada à renda variável (veja mais informações no link abaixo). Para o diretor da área de distribuição de produtos para clientes institucionais da BankBoston Asset Management (BAM), Flávio Pires, a meta atuarial não deve ser analisada isoladamente em um ano. "Se neste período o objetivo de rentabilidade não foi cumprido, sendo que tenha ficado apenas um pouco abaixo do determinado, a carteira poderá recuperar esta diferença no período seguinte", avalia. Segundo Pires, as perspectivas para a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) no curto prazo - de instabilidade e novas quedas para o preço das ações - não devem ser o único fator a ser observado pelo administrador da carteira do fundo, cujos objetivos são de longo prazo. A BAM administra R$ 2,8 bilhões em recursos provenientes de 160 clientes institucionais. Este total faz parte de uma carteira de R$ 15,5 bilhões administrados pela instituição. Pires revela que, na média, entre os clientes que diversificam as aplicações em renda fixa e variável, 15% dos recursos estão direcionados para a Bolsa. O presidente da Fundação dos Economiários Federais (Funcef), cuja maior patrocinadora é a Caixa Econômica Federal, Edo Freitas, concorda com a opinião de Pires. "Se o prejuízo for pequeno, por um ou dois anos, pode-se reverter o resultado. Mas se o problema for permanente, com valores significativos, o gestor terá que definir novas estratégias de investimento", diz. O fundo de pensão da Funcef possui R$ 7,1 bilhões, segundo dados de junho deste ano. Nesta data, 34,39% dos recursos estavam direcionados para renda variável. Hoje, segundo Freitas, esta porcentagem foi reduzida para 30%. Em relação à meta atuarial, a carteira da Funcef está em uma posição "confortável". "Se o final do ano fosse hoje, a carteira do fundo estaria 30% acima da meta atuarial, que é de 6% mais a variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor, o INPC", afirma Freitas. Petros está abaixo da meta atuarial Um dos fundos de pensão que apresenta ganho um pouco abaixo de sua meta atuarial é o da Fundação Petros, em que a maior patrocinadora é a Petrobrás. Segundo dados disponíveis no site da instituição, em junho deste ano, a rentabilidade acumulada da carteira em 12 meses foi de 12,0%. Já a meta atuarial neste período era de 14,54% - variação do INPC no período mais 6%. Neste período, a parcela da carteira da Fundação Petros destinada à renda variável foi elevada de 25,54% em junho de 2000 para 31% em janeiro de 2001. Depois disso, esta parcela voltou a cair e ficou em 25,89% em junho de 2001. De acordo com a diretora de investimentos, Eliane Lustosa, as ações estão muito baratas e a Fundação não pretende se desfazer de seus ativos em valores tão baixos. "A nossa estratégia é manter esta parcela de participação e aumentar gradativamente a partir de uma melhor definição do cenário econômico, em função da situação argentina e dos conflitos na Ásia Central", afirma. Atualmente a Fundação conta com um total de 90 mil participantes distribuídos em 20 patrocinadoras e paga cerca de 50 mil benefícios mensais, totalizando um valor superior a R$ 70 milhões. Veja nos links abaixo os dados da Abrapp que revelam que os fundos de pensão têm reduzido o volume de recursos destinados ao mercado de ações e aos fundos de renda variável. E veja também como o não cumprimento da meta atuarial pesa para participantes que estão se aposentando agora.

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