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Fundos de renda fixa tendem a ser mais estáveis

Na hora de investir, é importante saber qual produto está comprando

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Por Redação
5 min de leitura
Getty Images 

Em 2020, o número de pessoas físicas cadastradas na B3 chegou a 3,2 milhões, o que representa um salto de 92,1% em relação ao ano anterior. Apesar de ainda estar longe da realidade de países como os Estados Unidos, a Bolsa brasileira começa a receber um fluxo grande de pequenos investidores. Para quem está começando a investir, rendimentos mais estáveis e seguros, como fundos de renda fixa, acabam chamando mais atenção.

Hoje com 45 anos, o contador Bruno Flavio começou a investir aos 16 anos de idade, quando entrou no primeiro emprego. Como o sonho já era guardar dinheiro para a aposentadoria, ele optou pela renda fixa. Ao tornar-se mais experiente no mundo financeiro, Flavio até entrou também em produtos de renda variável, mas, para sua aposentadoria, continuou decidido a ficar na renda fixa. “Escolhi a renda fixa pela segurança e previsibilidade. Todo investimento tem riscos, mas, nesse caso, é um risco menor”, afirma.

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A renda fixa é um investimento em que as regras de rendimento já são predefinidas, ou seja, no momento de fazer a aplicação, o investidor fica ciente do prazo de vencimento do título, assim como a taxa de juros ou o indexador que vão definir a rentabilidade do dinheiro. De forma básica, a pessoa empresta, por um determinado período de tempo, aquela quantia para uma instituição privada, como um banco, ou para o governo.

“Na renda fixa, o rendimento está estabelecido desde o início, com uma taxa de juros pré ou pós-fixada em relação ao montante. Na renda variável, cujo exemplo mais comum são as ações de empresas, não vai ter nenhum compromisso preestabelecido. Você vai receber dividendos se a empresa distribuir dividendos, e o preço da ação vai subir, descer ou ficar estável, dependendo das condições de mercado”, explica Estêvão Kopschitz, técnico de planejamento e pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Segundo o especialista, é importante frisar que a renda é fixa, mas o preço do ativo, não. “Um título prefixado pode ser do Tesouro, um título público, e vai ter aquele rendimento prometido de, por exemplo, 6% ao ano com prazo de cinco anos. Se você ficar com o título até o vencimento, ele vai pagar exatamente aquilo que foi prometido quando você comprou, mas, no meio do caminho, se a taxa de juros subir para 7%, aquele título vai cair de preço.” Ou seja, nesse cenário, se a pessoa quiser vender o título em um mercado secundário, antes dos cincos anos, ele estará desvalorizado.

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O contrário também pode acontecer. “No início da pandemia, a expectativa era de que a taxa Selic ficasse em torno de 4,5%, mas como o nível de atividade da economia caiu de forma inesperada, o Banco Central reduziu a Selic mais do que era esperado, assim como os juros de mercado em geral caíram. Então, para quem tinha um título prefixado, com a queda dos juros, o preço do título subiu. Nesse caso, se a pessoa resgatou no meio do caminho, ela teve um ganho extra com o aumento do preço do título”, exemplifica o especialista.

Com o investimento prefixado, a pessoa já define quanto ela vai receber no vencimento, sem saber o que pode acontecer com o mercado. Dessa forma, se, no meio do caminho, ela quiser vender ou resgatar o título, vai estar sujeita às variações do preço. No pós-fixado, o rendimento vai estar atrelado a um indicador econômico, como a taxa Selic, por exemplo. Nesse segundo caso, o investidor vai acompanhar as mudanças do mercado e, no vencimento do título, vai receber o rendimento acumulado e o valor vai flutuar de acordo com as mudanças no indicador (altas, baixas e estabilidades).

“O título prefixado tem mais riscos do que o pós-fixado”, afirma Estêvão. “O pós-fixado não tem risco de preço, uma vez que a promessa dele é que vai ser um título de, por exemplo, dois anos e o Tesouro, no caso de um título público, vai pagar a Selic acumulada desse período, seja qual for. Depois que o tempo passar, você vai ver o quanto você vai tirar. É claro que você vai vendo o dia a dia e vendo o que vai acumulando”, completa Kopschitz.

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Diversas opções

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O fundo de renda fixa é uma carteira de investimentos formada por opções de renda fixa. “Os fundos que são classificados na categoria de renda fixa são aqueles que têm, pelo menos, 80% do patrimônio aplicado em ativos vinculados à variação da taxa de juros,  a índices de preço ou ambos”, explica Fabio Macedo, diretor comercial da Easynvest by Nubank.

Sobre as opções com maior rentabilidade, Fabio afirma que é possível encontrar títulos de crédito privado que rendem mais do que o Tesouro Direto. “Mas é necessário entender que o motivo de renderem mais é porque carregam maior risco”, pontua. “Existem boas opções com risco relativamente baixo e que rendem acima dos títulos do governo, como CDBs, LCIs e LCAs, por exemplo. No entanto, é recomendável uma análise mais profunda do emissor e dos riscos.”

Uma dica fundamental para todo investidor é diversificar os investimentos, uma vez que não é ideal colocar todo o dinheiro em um único lugar. “Com a diversificação da carteira, existe a possibilidade de conseguir mais rendimento com um menor risco. Em uma carteira bem diversificada, dificilmente você irá ganhar em todos os mercados, mas a soma de todo o portfólio, se bem balanceado, tende a dar um retorno maior e um risco menor que o índice de referência”, explica o executivo da Easynvest by Nubank.

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Para quem vai começar a investir, o diretor de Investimentos do Paraná Banco, André Luiz, diz que o primeiro passo é procurar o gerente de Investimentos do seu banco, além de investir na leitura de materiais sobre o tema, que é possível encontrar na internet. Segundo ele, também existem casas de análise que ajudam a traçar o perfil do investidor e a avaliar riscos e oportunidades. “Não dá para buscar resultados milagrosos e nem ouvir conselhos de pessoas que não estejam capacitadas e habilitadas para isso.”

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