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Fundos imobiliários batem recorde com melhora do setor

Além de resultados positivos no mercado de imóveis, perspectiva de queda dos juros básicos deve animar investidor

Por Érika Motoda 
Atualização:

Os Fundos de Investimento Imobiliário (FII) atingiram a marca recorde de 1 milhão de cotistas no primeiro semestre de 2019, segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). E o cenário político-econômico se mostra fértil para que eles continuem crescendo. 

Um dos motivos que ajudam a explicar o desempenho dos fundos imobiliários é a queda dos juros básicos, com a taxa Selic no nível mais baixo da história (6% ao ano) e com perspectiva de novos cortes até o fim do ano.

Os Fundos de Investimento Imobiliário (FII) atingiram a marca recorde de 1 milhão de cotistas no primeiro semestre de 2019 Foto: Clayton de Souza/AE

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Além disso, os sinais de retomada do setor imobiliário têm ajudado no desempenho desses fundos. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o crescimento acima do esperado, de 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre, em relação ao trimestre anterior, teve uma grande influência da construção. O setor cresceu 1,9% nesse período, puxado justamente pelo segmento de imóveis. 

Atualmente, existem 412 fundos imobiliários em todo o País, que, juntos, acumularam mais de R$ 15 bilhões de captação líquida ao longo deste ano – o que representa um crescimento de 42,85% frente ao volume de R$ 10,5 bilhões registrado de janeiro a agosto de 2018, quando havia 400,2 mil cotistas. 

Entre as principais apostas de fundos imobiliários para o mês de setembro, por exemplo, estão o segmento de lajes corporativas (prédios de escritórios) e de fundos logísticos (centros de distribuição e galpões)

O primeiro, pela baixa vacância e o aumento no preço dos aluguéis, que podem levar a ganhos expressivos de renda e capital, especialmente em empreendimentos de alto padrão nas áreas nobres de São Paulo. O segundo, porque tem menor volatilidade, devido ao tempo mais curto de construção, o que ajuda a reduzir os riscos.

Soma-se a isso o fato de que as empresas varejistas têm demandado maior espaço de galpões em áreas estratégicas, por conta da disputa que travam no comércio eletrônico

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“As varejistas estão tentando diminuir o tempo de entrega das mercadorias compradas pela internet. Então, elas têm de usar mais galpões para facilitar as entregas, o que faz com que os fundos dessas categorias subam”, explica Rebeca Nevares, sócia-fundadora da Ella’s Investimentos, consultoria credenciada pela XP Investimentos. “É um movimento da economia que faz com que os fundos imobiliários acabem tendo uma alta constante.” 

O Índice de Fundos de Investimentos Imobiliários (Ifix), indicador que mede a rentabilidade de 92 fundos com maior liquidez ou negociação da Bolsa, acumula alta de 13,04% este ano. 

Ainda que o resultado esteja abaixo do Ibovespa (principal indicador de desempenho das ações da Bolsa e que tem valorização acumulada de 17,77% em 2019), o Ifix tem sido menos volátil.

Maiores fundos

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Os dois fundos de investimentos imobiliários com maior número de cotistas são de bancos. O primeiro, o Kinea Investimentos, do Itaú Unibanco, tem 103.716 investidores, de acordo com dados da Anbima até agosto. Em segundo lugar, com 103.468 cotistas, está a CSHG Logística, do Credit Suisse. O terceiro, com 85.470, é o Vinci Renda Imobiliária, da empresa especializada em gestão de recursos, patrimônio e em assessoria financeira Vinci Partners.

Segundo análise da XP, com base na sua carteira, o fundo com melhor performance no mês de agosto foi o do segmento de recebíveis, que são atrelados ao Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI). O fundo Iridium Recebíveis Imobiliários teve o desempenho mais alto, com rendimento de 16% ao mês. Além disso, ele teve a melhor performance entre os FIIs listados na Bolsa no mesmo período. 

Em segundo lugar, ficou o segmento de ativos logísticos, com destaque para a SDI Logística, com performance de 5%. Em terceiro, ficou a categoria shoppings, cuja melhor performance foi a da Vinci Shoppings, com um resultado de 4,7%.

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Os tipos de fundos

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Papel  São fundos em que o proprietário de um empreendimento toma crédito para construir. A dívida que ele assume é dividida em cotas (papéis), que são vendidas. Quem compra esse papel terá o recebimento de determinado valor, que pode variar com o tempo, por ser negociado na Bolsa. O investimento pode ser feito por meio de Certificado de Recebimento Imobiliário (CRI), Letra de Crédito Imobiliário (LCI) ou Letra Hipotecária (LH)

Tijolo  Nesses fundos, o investidor se torna dono de uma parte do empreendimento, comprando uma cota de um shopping ou galpão, por exemplo. No caso dos shoppings, quanto maior o aluguel, maior será o rendimento. Nas lajes corporativas, o rendimento se dá pela localização e pela ocupação do imóvel. Já os centros de distribuição e galpões estão atrelados, entre outras coisas, ao e-commerce, que precisa guardar produtos vendidos online.

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