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Fundos: rating baixo não é divulgado

Administradores de fundos buscam agências de classificação para obter rating para seus produtos. Se a nota for ruim, eles costumam não divulgar. Para os analistas, esse cenário deve mudar quando investidores exigirem transparência.

Por Agencia Estado
Atualização:

Administradores de fundos de investimento têm recorrido às agências especializadas de rating com o objetivo de conseguir uma classificação de risco para seus produtos. Porém, o setor de fundos de investimento no Brasil ainda não atingiu grau de qualidade suficiente para conseguir boas notas. Exemplo disso é o pequeno número de carteiras com classificação máxima de qualidade. A maioria das instituições que solicitam essa análise não divulga a nota obtida, porque não concorda com ela. Apenas na SR Rating, uma das agências, foram analisados cerca de 150 produtos que apresentaram rating ruim. Como a decisão é do administrador, as notas não foram divulgadas. A diretora-executiva da empresa, Sheila Gaul, informa que só cinco fundos para pessoa física tiveram o rating divulgado. Na Atlantic Rating, outra agência de classificação, algumas instituições que conseguiram baixo rating para seus produtos voltaram para tentar melhorar a nota conseguida. Mas a possibilidade de reavaliação exige tempo - entre um e dois anos. "Antes, a gestora precisa se reestruturar e reformular as estratégias de cada carteira", informa o analista da Atlantic Rating, Reginaldo Ferreira Pereira. Só os fundos com dois anos são avaliados Outro fator que justifica o pequeno número de fundos com bom rating, segundo especialistas, é que no Brasil não existe cultura de transparência. Além disso, o segmento de fundos é recente e muitas carteiras não têm histórico suficiente para ser analisado. Os fundos precisam ter no mínimo dois anos de existência para obter rating. Segundo o diretor da Fitch IBCA, Rafael Guedes, no entanto, a tendência é que as instituições passem a dar maior importância ao fato de ter um produto com um selo de qualidade. Mas essa mudança também vai depender da pressão dos investidores, que precisam exigir esse tipo de iniciativa dos administradores. Bom rating: maior segurança na aplicação Para o investidor, entrar em um fundo que possui bom rating representa maior segurança na aplicação, já que o produto está sob vigilância de uma empresa independente que utiliza metodologias próprias para analisar as carteiras. No entanto, mais importante do que obter um bom rating é manter a classificação. Todos os fundos avaliados pelas agências são monitorados com regularidade - semanal ou mensal. Os administradores são obrigados a manter as agências informadas de todas as operações realizadas nas carteiras. Portanto, a classificação pode ser alterada a qualquer hora. Pode melhorar ou piorar. Veja no link abaixo, alguns sites das agências de classificação de risco e informações sobre alguns produtos disponíveis no mercado.

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