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Fundos recuam mais por queda dos títulos

Analistas afirmam que fundos caíram devido à queda dos títulos em carteira, mas recomendam calma e permanência dos investidores, pois prevêem recuperação no longo prazo.

Por Agencia Estado
Atualização:

Após a adaptação às regras de atualização do valor dos títulos em carteira, os fundos de renda fixa e DI passaram a indicar que se tornaram mais sensíveis às mudanças de humor do mercado. O resultado tem sido a maior volatilidade (oscilação) das cotas. Nos dois últimos dias, as carteiras desses fundos tiveram perda de cerca de 1% no rendimento, refletindo a desvalorização dos títulos da dívida pública de longo prazo que fazem parte das carteiras. A diretora de Fundos do Banco Fator, Roseli Machado, prevê que os fundos que carregam papéis públicos que vencem a partir de janeiro poderão recuar até 0,5% hoje. "Esse é um exemplo do que pode ocorrer com essas carteiras em um cenário de extremo nervosismo do mercado, como o atual." O diretor da Socopa, Gilberto Biojone, corretora que distribui fundos de diversos administradores, diz que se o investidor sacar as aplicações no momento, com medo de mais perdas, confirmará um prejuízo que poderá ser compensado no futuro. "Portanto, os investidores devem manter a aplicação." Embora tenham se desvalorizado, os títulos poderão chegar ao vencimento com a mesma remuneração prevista inicialmente, desde que não sejam negociados no meio do caminho. Os fundos de renda fixa prefixados deverão apresentar perda maior hoje, estima Biojone, pois os juros se elevaram ontem. Os gestores de fundos têm notado, porém, que muitas carteiras já reduziram o prazo médio de vencimento dos títulos que carregam para cerca de seis meses. A iniciativa deixa os fundos mais defensivos, ainda que menos rentáveis. Novas mudanças - O analista de fundos da agência classificadora de risco Moody´s, Norton Torres de Bastos, diz que as novas regras do governo para cálculo do valor dos títulos dos fundos ainda deixam brechas para os gestores. "Essas regras deverão passar por adaptações." Os grandes ajustes já foram feitos, diz Márcia Dessen, diretora do Instituto Brasileiro de Certificação de Planejadores Financeiros (IBCPF). "O Banco Central impôs a precificação mas não definiu como fazê-la, permitindo ainda incorreções."

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