O aumento da instabilidade nos mercados, em função do agravamento da crise argentina, dos possíveis impactos negativos na economia em função do racionamento de energia e das incertezas em relação ao processo eleitoral em 2002, vem provocando altas sucessivas nas taxas de juros no mercado futuro. Com isso, os fundos de renda fixa - que pagam juros prefixados - superaram a rentabilidade dos fundos referenciados DI - que acompanham as taxas de juros. De acordo com dados da Associação Nacional do Bancos de Investimento (Anbid), até o dia 12 de junho, os fundos de renda fixa apresentavam uma rentabilidade nominal de 0,48% contra uma ganho de 0,43% dos fundos DI. Nos últimos 30 dias, o ganho nominal foi de 1,33% e 1,28%, respectivamente. Outra conseqüência da piora do cenário é a forte alta do dólar, que no ano, até ontem, acumula uma rentabilidade de 25,73%. O rendimento dos fundos cambiais é beneficiado pela alta da moeda norte-americana, já que a carteira destes fundos é formada por títulos cambiais que pagam uma taxa de juros mais a variação da moeda. No mês de junho, até o dia 12, os fundos cambiais registram um ganho nominal de 1,89%. As perspectivas são de que, no fechamento deste mês, os fundos cambiais sejam uma das melhores aplicações em rentabilidade, pois os analistas esperam que o dólar continue subindo. Quem aposta em uma piora do cenário, o que provoca a escalada das cotações da moeda norte-americana, pode optar por investir em fundos cambiais. Mas vale lembrar que as cotações já estão em patamares muito elevados, o que reduz as perspectivas de ganho. Além disso, o investidor paga mensalmente uma alíquota de 20% de IR sobre o rendimento do fundo, reduzindo a rentabilidade. Já os fundos de ações que seguem o Ibovespa - índice que mede a valorização das ações mais negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) -, o chamado fundo de ações Ibovespa Indexado, registrou uma ganho de 3,84%. Enegia e Telecomunicações começam em alta Diante da crise do racionamento de energia, as ações de empresas do setor sofreram grande impacto nos seus preços, afetando a rentabilidade dos fundos no mês de maio. A perda chegou a 5,32%, tornando-se a pior opção dentre os fundos de investimento no mês passado. Em junho, até o dia 11, estes fundos já recuperaram quase toda a baixa registrada no mês passado e acumulam um ganho nominal de 5,12%. Já os fundos de ações de empresas do setor de telecomunicações registram o melhor desempenho em junho. A alta de 5,46%, a maior dentre a análise da indústria de fundos, foi favorecida pelo anúncio de reestruturação societária de uma das empresas com maior peso no setor, a Telemar. O anúncio da reestruturação foi dado no dia 5 de junho e consiste na incorporação por parte da Telemar-Rio (ex-Telerj) das demais 15 operadoras da empresa.