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Fundos Vale e Petrobras acumulam perdas no ano

Neste ano, até o dia 21 de fevereiro, os fundos Petrobras-FGTS apresentam queda de 4,85%. Já as carteiras formadas por ações da Vale têm baixa de 1,84%. A perspectiva é que os dois fundos recuperem o desempenho negativo, mas as ações da Petrobras têm risco maior.

Por Agencia Estado
Atualização:

O desempenho dos fundos de privatização formados por papéis da Petrobras e da Companhia Vale do Rio Doce acumulam resultado negativo no ano. Dados da Associação Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid) mostram que neste ano, até o dia 21 de fevereiro, há uma baixa de 4,85% para os fundos de privatização Petrobras-FGTS e de 1,84% para os fundos Vale-FGTS. No mesmo período, os fundos Ibovespa, cuja formação da carteira tem por objetivo replicar a composição do Ibovespa ? Índice que mede a valorização das ações mais negociadas na bolsa ? apresentam uma queda de 8,98%. Analistas destacam que o preço da ação da Petrobras está bem abaixo do preço-alvo e, portanto, haveria espaço para uma recuperação dessa perda. Para o diretor de renda variável do HSBC Asset Management, Lucio Graco, a possibilidade de valorização das ações da Petrobras em doze meses é de 40,84%, tomando-se como base o preço-alvo do papel em R$ 65 e a cotação de fechamento ontem em R$ 46,15. Para as ações da Vale, o espaço para ganho é menor. O preço-alvo para o papel, segundo Graco, é de 15%. ?Mas é preciso destacar que essas ações já subiram mais de 70% nos últimos doze meses. Portanto, em um período mais longo, o resultado é positivo?, afirma o diretor. Decisão de mudança O investidor que possui recursos do FGTS em uma carteira de ações tem a possibilidade de migrar para outras carteiras, também formadas por recursos do FGTS, dentro da mesma instituição. O retorno para as contas do FGTS também é uma possibilidade, mas analistas avaliam que essa é a pior opção, já que a rentabilidade do Fundo é de 3% ao ano. Na escolha entre um fundo formado por ações da Petrobras e outro da Vale, Graco destaca que o perfil do investidor deve determinar essa decisão. ?Quem compra papéis da Petrobras assume um risco maior do que o investidor que compra ações da Vale. Isso porque a administração da Petrobras é feita pelo poder público. Ou seja, pode haver interferência política nas decisões administrativas da empresa?, afirma. A pressão de alta sobre os índices de inflação e a possibilidade de guerra dão um peso ainda maior a esse risco. ?A empresa está deixando de ganhar, já que o preço do petróleo no Brasil está abaixo do preço do produto no mercado internacional. E pode deixar de ganhar ainda mais, se essa situação permanecer em um ambiente de guerra, quando o preço do petróleo tende a subir?, afirma o superintendente-executivo da BankBoston Asset Management, Júlio Ziegelmann. ?Com essa diferenciação na forma de gestão das duas empresas e considerando que ambas são grandes geradoras de caixa, a mudança de um fundo Vale para Petrobras ou vice-versa deve considerar essencialmente a tolerância que se tem ao risco. Com as ações da Petrobras, o investidor pode ganhar mais e o risco é maior. Para a Vale, a situação é contrária. O potencial de valorização dos papéis é menor, mas o risco também é menor?, explica o diretor do HSBC Asset Management. Ziegelmann avalia que a diversificação dos papéis em uma carteira de ações é a melhor opção. ?Colocar os recursos em fundo de ações carteira livre é a melhor opção, já que há uma grande diminuição do risco?, afirma.

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