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Furacão faz preço da madeira brasileira aumentar 15%

Por Agencia Estado
Atualização:

Os estragos causados pelo furacão Katrina nos Estados Unidos elevaram em 15%, em apenas uma semana, o preço da madeira brasileira para ser usada na reconstrução das áreas devastadas na região do Golfo do México. A demanda por novos contratos com exportadores brasileiros fez o preço do compensado de pinus, principal produto da pauta de exportações do setor, subir de US$ 200 para US$ 230 o m³, descontados os 8% de multa da barreira do Sistema Geral de Preferências. No ano passado, o setor exportou US$ 250 milhões, acima dos US$ 115 milhões estabelecidos no sistema. Embora responda por apenas 2% do mercado americano de compensado de pinus - uma commodity nos EUA, que consomem em torno de 1 milhão de m³ por ano -, exportadores brasileiros detêm 40% das vendas do produto na costa leste americana, a mais atingida pelo furacão. As obras devem começar entre 40 e 60 dias, mas a demanda por novos contratos fez disparar a cotação da madeira brasileira. O reajuste vai beneficiar, de imediato, empresas brasileiras que possuem cargas armazenadas em portos e armazéns nos EUA. Segundo a Associação Brasileira de Indústria de Madeira Processada Mecanicamente (Abimci), há nos Estados Unidos cerca de 60 mil m³ de madeira brasileira prontos para serem usados, mas o restante de madeira necessária para as obras de reconstrução não tem como chegar às regiões porque os estragos do furacão atingiram rodovias, ferrovias e portos. O presidente da Abimci, Luís Carlos Reis de Toledo Barros, disse lamentar que o setor precise de notícias ruins para se recuperar. Segundo ele, o reajuste é recebido "com alívio" porque o setor atravessa uma das piores crises de sua história. Barros disse que o alto preço da matéria-prima e o câmbio valorizado forçaram indústrias a fechar as portas, demitir e reduzir a produção. Com isso, o setor não terá capacidade instalada para absorver de imediato os pedidos dos americanos, que deverão chegar a 100 m³ por mês. Em agosto, o setor exportou 42 mil m³, mas é possível que chegue a 70 mil em 2 ou 3 meses. "Fomos salvos pelo gongo", disse Barros.

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