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Furlan diz que Lula precisa mais tempo para arrumar a casa

Ele concorda que o Brasil ainda é "um ponto fora da curva" em termos de juros

Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e do Comércio Luiz Fernando Furlan, acha que os 40 meses ainda não foram suficientes para o presidente Lula fazer a arrumação de que o País necessita. Ele concorda que o Brasil ainda é "um ponto fora da curva" em termos de juros, se comparado aos outros países, mas ressaltou que o País caminha para um juro real de um dígito. "(O presidente Lula) não teve ainda, como outros tiveram, oito anos para fazer essa arrumação", alfinetou o ministro durante entrevista ao programa Show Business, da Rede TV! Ele disse que a redução da dívida externa, a queda do risco País e o superávit da balança comercial na faixa de US$ 40 bilhões são garantias para os investidores que assegurariam a redução dos juros. "Estamos fazendo uma arrumação de casa que vai dar condição de ter uma taxa de juros mais alinhada ao mercado internacional", garantiu o ministro. Terceiro Mundo Furlan assegurou que a opção do Brasil para incrementar o comércio com países emergentes não ocorreu em prejuízo das trocas com os países desenvolvidos. "O comércio exterior brasileiro cresceu a uma velocidade sem precedentes e isso se deveu principalmente à abertura de novos mercados", ponderou o ministro. Ele lembrou que a América Latina pela primeira vez superou o mercado norte-americano como destino das exportações brasileiras. "O (comércio com) os Estados Unidos tem crescido a 15% ao ano, mas a América Latina tem crescido acima de 30%", explicou. Luiz Fernando Furlan procurou enaltecer os feitos comerciais do País durante a própria gestão como ministro, lembrando que o comércio com a Europa também cresceu acima de 12% no período: "O Brasil ainda é pouco conhecido no exterior e o que nós fizemos foi levar as empresas brasileiras e os seus produtos para que os outros países conheçam o que o Brasil tem a oferecer." Prorrogação O ministro disse ainda considerar "superada" a crise do gás com a Bolívia. "Eu acho que houve uma grande politização de um tema econômico de renegociação de contrato frente às condições do mercado", minimizou. Na opinião dele, o presidente Lula não ficou isolado por conta dos episódios envolvendo a Bolívia e Venezuela e, para tanto, mencionou a revista "The Economist", que teria colocado o presidente Lula ao lado da presidente do Chile como as lideranças progressistas da região. "Não se pode dizer que o Brasil, do tamanho que é, com a expressão econômica e política pode ser isolado", ponderou. Ao ser perguntado se aceitaria permanecer num eventual segundo mandado de Lula, Furlan foi evasivo: "Eu gosto muito de desafios. E esse desafio proporcionado pelo presidente Lula foi uma oportunidade extraordinária, uma oportunidade de buscar a realização de sonhos que eu como empresário sempre acalentei", confidenciou o ministro. Para concluir enigmático: "Talvez eu saia para procurar um emprego, mas isso dependerá das circunstâncias."

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