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Furlan diz que não haverá mudança no câmbio

Segundo o ministro, setores se adaptaram e alteração não é necessária

Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, afirmou nesta quarta-feira, 14, não acreditar que haverá mudanças no patamar da taxa de câmbio. Segundo ele, em 2005 e 2006, a percepção de seu ministério era a de que o câmbio prejudicaria as exportações. "Mas decantada a poeira, minha opinião é que os setores se adaptaram e eu acho que não haverá mudança no patamar do câmbio no período vindouro", disse o ministro, que está participando de seminário na Câmara dos Deputados para discutir o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). De acordo com Furlan, a idéia de que o câmbio está desestimulando as exportações é uma meia verdade. Segundo ele, o Brasil também precisa reduzir os custos de infra-estrutura, que, na sua avaliação, são muitos mais elevados do que os dos concorrentes. Furlan contou que o presidente Lula pediu que os setores que estão perdendo competitividade por causa do câmbio recebessem medidas de apoio. O ministro afirmou que a Camex deve realizar uma reunião extraordinária para aprovar a mudança na Tarifa Externa Comum (TEC) para 35% aos produtos têxteis, calçados e móveis. A proposta deve ser enviada ao Grupo do Mercado Comum do Mercosul (GMC) em até 90 dias. Além disso, o ministro disse que o BNDES tem linhas de crédito para incentivar esses setores. "Eu acho que essa mudança no câmbio veio para ficar e o câmbio flutuante é o melhor para o Brasil", afirmou. Ele disse que o comércio exterior brasileiro continua crescendo de forma vigorosa, desmentindo previsões catastróficas. De acordo com Furlan, as exportações em 2007 até terça cresciam 17% em relação a igual período de 2006 e as importações estão crescendo em uma taxa entre 25% e 27%. Turbulência Furlan afirmou que o Brasil está preparado para enfrentar turbulências externas como a que ocorreu há alguns dias nos mercados asiáticos. Segundo ele, o processo de organização na economia chinesa é um caminho natural a ser percorrido, já que o País ainda tem 600 milhões de pessoas na área rural e precisa se preocupar agora com questões sociais, como a Previdência. O ministro disse que este é um caminho que o Brasil já percorreu. "O importante é que a nossa economia esteja preparada para absorver esse choque. Não perdemos o rumo e precisamos agora dar mais velocidade (ao crescimento)", afirmou. Ele disse, no entanto, que ao contrário de quatro anos atrás, quando a única maneira de potencializar o crescimento era por meio das exportações, neste momento, o grande motor da economia é o mercado interno. Disse ainda que, para que haja crescimento sustentado, é preciso que o País invista 25% do Produto Interno Bruto (PIB). "Falta 4% do PIB para ser investido", disse o ministro.

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