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Furnas tem o nível mais baixo dos últimos 14 anos

Com 28% da capacidade, reservatório da usina está acima apenas do nível registrado em 2001, ano que ficou conhecido pelo 'apagão'

Por Anne Warth e Rene Moreira
Atualização:

Atualizado às 12h47

FRANCA - O reservatório da Usina de Furnas iniciou junho com o nível mais baixo dos últimos 14 anos. Com 28% da capacidade, ele está acima apenas que 2001, ano em que ocorreu o chamado "apagão" e em que uma crise hídrica fez com que a hidrelétrica iniciasse junho com 16,25% de sua capacidade. A baixa quantidade de agora se deve à chuva que não correspondeu e à divisão da água com outras usinas da região. Em junho do ano passado, quando a situação foi considerada crítica, Furnas iniciou junho com 29,11% da capacidade, uma quantidade já considerada muita baixa. Isso porque o reservatório costuma chegar neste mês com mais de 70% da capacidade. Junho é considerado importante porque marca a entrada do período do ano considerado seco, após o chamado "período úmido".

Furnas responde por 17,18% de toda a energia elétrica produzida no Sudeste e Centro Oeste do país Foto: Estadão

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Furnas fica no Rio Grande, no município de São João da Boa Vista, no sul de Minas Gerais, e responde por 17,18% de toda a energia elétrica produzida no Sudeste e Centro Oeste do país. Outra usina também no Rio Grande e na mesma região de Minas -a Mascarenhas de Moraes- está em situação parecida, com 28,64% da capacidade. O mesmo índice não se repete em outras hidrelétricas do Rio Grande, que operam em melhor situação. A Usina de Marimbondo trabalha hoje com 60,59% e a Usina Água Vermelha tem 64,06%. A medição dos reservatórios é feita pelo ONS (Operador Nacional do Sistema), que não comenta a situação das hidrelétricas.Manobras. No ano passado a estiagem fez com que o órgão controlasse o nível de água dos reservatórios para evitar que algum deles, principalmente o de Furnas, ficasse muito baixo. A usina recebeu água de Mascarenhas de Moraes após uma disputa na Justiça que envolveu municípios da região.

Leilão. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) marcou para o dia 14 de agosto o primeiro leilão de reserva exclusivamente para contratação de energia solar. O objetivo é aumentar a segurança do Sistema Interligado Nacional (SIN) e reduzir o risco de desequilíbrio entre oferta e demanda de energia devido a atrasos em obras, estiagem e problemas que tornem as usinas já em operação temporariamente indisponíveis. O preço-teto da energia ainda não foi definido.

Segundo a agência, os interessados deverão iniciar a entrega de energia em 1º de agosto de 2017. Os contratos terão prazo de 20 anos. Não serão aceitos projetos com potência inferior a 5 MW. O edital ficará aberto em audiência pública de 3 de junho a 3 de julho.

Segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), já foram cadastrados 382 projetos, que somam 10 mil MW. A maioria dos projetos inscritos é da Bahia, mas há empreendimentos cadastrados em diversos Estados do País.

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