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Fusão da Aracruz com VCP destrava após acordos

Negócio estava congelado desde setembro, devido às perdas da Aracruz no mercado de derivativos

Por Reuters e Agência Estado
Atualização:

O processo de fusão da Aracruz, maior produtora de celulose de eucalipto do mundo, com a Votorantim Celulose Papel (VCP), foi retomado nesta terça-feira após a primeira ter praticamente concluído as negociações para o pagamento de uma dívida bilionária com bancos e a segunda ter alcançado um acordo para comprar 28,03% de participação na Aracruz.   Veja também: Aracruz fecha acordo de dívida e fusão com VCP será retomada Entenda as operações de derivativos e suas conseqüências De olho nos sintomas da crise econômica  Dicionário da crise  Lições de 29 Como o mundo reage à crise    Após meses de negociação com um grupo de bancos credores de uma dívida de 2,13 bilhões de dólares - gerada por operações com derivativos cambiais que explodiram com a chegada da crise financeira internacional ao Brasil em meados de setembro - , a Aracruz informou que vai pagar o débito em até nove anos, amortizando parcelas iguais semestrais em 2009 e trimestrais a partir de 2010. O acordo atendeu "condições mínimas" propostas pela Aracruz, segundo informou a empresa. O custo será de Libor mais 3,5% ao ano, com acréscimos semestrais que geram uma taxa ponderada de Libor mais 4,6% ao ano.   Enquanto isso, depois de ter suspendido em outubro o processo de fusão com a Aracruz, a VCP anunciou que concluiu negociação com as famílias Lorentzen, Moreira Salles e Almeida Braga para aquisição de 28,03% da companhia.   A VCP, que já detém participação de 28% na Aracruz, vai pagar o mesmo preço anunciado na primeira vez que a operação foi tornada pública em agosto do ano passado, US$ 2,71 bilhões. O valor será quitado em seis parcelas, sem correção, dos quais 500 milhões de reais serão pagos na quarta-feira.   Aumento de capital   Para a operação, a VCP vai fazer um aumento de capital de até R$ 4,254 bilhões, com emissão de até 223.947.368 de ações, das quais 62.105.263 ordinárias e 161.789.474 preferenciais ao preço de R$ 19. O papel preferencial encerrou na segunda-feira cotado a R$ 2,65.   O valor do aumento de capital corresponde ao preço médio dos papéis da VCP entre 2 de dezembro e 16 de janeiro, acrescido de prêmio de 11,78%.   No ano passado, a Arainvest, a outra grande acionista da Aracruz - com 28% de participação - e que reúne a fatia dos Safra na empresa, havia decidido desistir de direito de venda conjunta, optando por uma parceria com a Votorantim na administração da Aracruz.   Segundo o comunicado, a Arainvest tem até quarta-feira para dizer se mantém sua posição anterior ou se opta por exercer direito de preferência na compra das ações ordinárias da Aracruz em poder das famílias ou de venda conjunta de sua parcela. Esse prazo pode ser prorrogado por até 60 dias.   Caso a Arainvest mude de ideia e decida vender sua parte, o aumento de capital da VCP será feito integralmente. Se os Safra não se manifestarem, o aumento de capital corresponderá à apenas ao valor da compra da participação das famílias Lorentzen, Moreira Salles e Almeida Braga.   O aumento de capital da VCP será feito com apoio de R$ 1,18 bilhão de sua controladora, a Votorantim Industrial (VID), e também com R$ 828,2 milhões do braço de participações do BNDES, que é acionista da VCP e da Aracruz. Ao final da operação, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social vai dividir por três anos com a VID o controle da VCP.   A VCP informou ainda que, se concretizada a aquisição das ações da Arapar e da Arainvest, que representam 56,06% do capital votante da Aracruz, até a data de liquidação - 21 de janeiro -, encaminhará à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) pedido de registro de oferta pública de aquisição das ações ON da Aracruz que se encontram em circulação no mercado, com tag along de 80% (ou seja, por quantia correspondente a 80% do preço ajustado com as famílias vendedoras e a Arainvest).   Conforme a VCP, os acionistas minoritários de Aracruz, detentores de ações ordinárias, poderão subscrever ações preferenciais de emissão de VCP, em operação de aumento de seu capital, "pagando a referida subscrição com as ações ordinárias de emissão de Aracruz de que forem titulares, sendo certo que na citada integralização o valor de cada ação ordinária de emissão de Aracruz será de R$ 14,56".

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