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Fusão de escolas: pais devem pedir explicação

Com a fusão de algumas escolas em São Paulo, pais de alunos estão apreensivos. Há o temor de que o procedimento traga alterações indesejáveis, como a do método pedagógico adotado. Segundo especialistas, antes de tudo, os pais devem pedir explicações.

Por Agencia Estado
Atualização:

As escolas particulares estão passando por problemas financeiros, o que preocupa os pais de alunos. O crescimento do número de instituições privadas, a falta de demanda e a inadimplência estão entre as causas. De acordo com o Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo (Sieeesp), das seis mil escolas pagas do Estado, mil e quinhentas podem fechar nos próximos três ou quatro anos. Ou seja, 25% dos estabelecimentos de ensino privados. Uma das saídas pode ser a fusão dessas escolas, cuja mudança também causa apreensão. A fusão em si não representa um procedimento irregular, explica Maria Cecília Rodrigues, técnica do setor de serviços da Fundação Procon-SP, órgão de defesa do consumidor ligado ao governo estadual. Porém, alguns fatores precisam ser observados, principalmente os pedagógicos. Segundo ela, a escola deve prestar todo o tipo de esclarecimento sobre esta nova situação para que os pais possam decidir se matriculam o filho no próximo ano letivo. A dificuldade, quando ocorre essa mudança, segundo Eloísa Ponzio, coordenadora de projetos e formação de professores das Escolas Associadas Pueri Domus, é quando os pais fazem a escolha por causa do método pedagógico, que pode sofrer alteração. "É difícil manter uma proposta pedagógica se a fusão acontecer entre escolas com propostas diferenciadas. Para não haver mudança, é preciso ter afinidade declarada de métodos." De qualquer forma, ela reitera que, neste tipo de processo, a escola deve informar os pais e esclarecer todas as dúvidas. "É necessário reunir os pais e alunos, explicar o que está acontecendo, dar os motivos da fusão e ainda apresentar as propostas pedagógicas ponto a ponto no que convergem e divergem. Assim, é possível mostrar que perfis diferentes podem conviver." E, com todos esses elementos, os pais e alunos podem decidir se continuam dentro deste novo sistema. Pais devem requerer reunião Eloísa Ponzio aconselha os pais que estiverem passando por essa situação a não dar ouvidos à boataria, mas exigir uma reunião na escola para esclarecimentos. "A escolha precisa ser consciente. Não pode romper o vínculo apenas por não entender o que aconteceu." Na prática, com a fusão de algumas escolas particulares em São Paulo este ano, ela tem observado uma correria para reservar vagas em outra instituição mesmo antes de os pais saberem o que realmente acontecerá. Outra alternativa adotada pelas escolas particulares para fugir da crise, segundo o presidente do Sieeesp, José Augusto Lourenço, é reduzir os períodos. Por exemplo, ao invés de turmas na parte da manhã e tarde, as aulas concentram-se apenas na parte da manhã. "Assim, a instituição consegue diminuir os custos sem alterar as mensalidades para que o valor continue sendo viável para o aluno." Para se ter uma idéia do descompasso entre oferta e demanda, ele afirma que a partir de 1996, o número de cursos e escolas novas aumentou 117% contra um aumento de 17% no número de alunos. Maria Cecília Rodrigues, do Procon-SP, ressalta que os pais podem procurar o órgão para esclarecimentos caso se sintam prejudicados. Nestes casos, o órgão avalia a queixa e procura a escola na tentativa encontrar uma solução ou minimizar o prejuízo. Veja no link da matéria abaixo o que fazer quando a escola fecha suas portas no meio do ano letivo, quais os procedimentos adotados e a orientação da Fundação Procon-SP.

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