PUBLICIDADE

Fusão no varejo depende do BNDES

Banco admite que poderá injetar até R$ 4,5 bilhões na nova empresa a ser criada pelos grupos [br]Pão de Açúcar e Carrefour

Foto do author Márcia De Chiara
Por Márcia De Chiara e Marcelo Rehder
Atualização:

O BNDESPar, braço financeiro de investimentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), e o BTG Pactual anunciaram uma proposta de fusão entre o Grupo Pão de Açúcar e a operação brasileira do Carrefour financiada, em sua maior parte, com recursos públicos do BNDES. O valor da operação de fusão com o grupo francês Carrefour é de 2,5 bilhões (ou R$ 5,6 bilhões), segundo a proposta.Em nota divulgada ontem, o BNDES considera a possibilidade gastar sozinho até 2 bilhões (R$ 4,5 bilhões) na operação. "O processo está enquadrado (sob análise), porque o banco enxerga mérito nele", afirmou o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, ontem no começo da noite na chegada ao evento Destaque Agência Estado Empresas 2011.A nova companhia, batizada de NPA (Novo Pão de Açúcar), que pode nascer da união das duas gigantes do varejo brasileiro, deve ser a maior acionista individual do Carrefour na França, com participação de 11,7%, se o acordo for aprovado por todos os acionistas do Grupo Pão de Açúcar e do Carrefour.Na proposta apresentada à direção do Carrefour na França e aos acionistas do Grupo Pão de Açúcar, entre os quais o sócio francês Casino, consta que o BNDESPar está disposto a injetar 1,7 bilhão (R$ 3,85 bilhões) na compra de ações da nova empresa. O BTG Pactual, por sua vez, pretende aplicar 300 milhões (R$ 680 milhões) na NPA. Além disso, o BTG deu sinal verde a um financiamento de 500 milhões (R$ 1,1 bilhão), com prazo de cinco anos e a taxas de mercado, para capitalizar a nova companhia."O Casino recebeu hoje (ontem) a proposta junto com Abilio (Diniz)", disse Pérsio de Souza, sócio da Estater, empresa responsável pela engenharia financeira para a fusão das duas empresas. Desde maio, o Casino, grupo francês que detém 36,9% do Pão de Açúcar e poderá exercer a opção de obter o controle acionário da empresa em 2012 segundo acordos já firmados, trava uma batalha jurídica contra o sócio brasileiro por causa das negociações secretas que ocorrem com o Carrefour.Ontem, o Casino divulgou uma nota na qual considera a proposta de união das duas empresas uma "transação financeira ilegalmente planejada entre o Carrefour e Abilio Diniz", que controla do Pão de Açúcar.O BTG Pactual, que tem como um dos sócios Cláudio Galeazzi, ex-presidente do Pão de Açúcar, diz que se interessou pelo negócio há cerca de um mês, depois que as relações azedaram entre o Casino e o Pão de Açúcar.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.