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Fusão Varig-TAM deve ser concluída até setembro

Por Agencia Estado
Atualização:

O processo de fusão das companhias aéreas Varig e TAM deve ser concluído até setembro. O prazo inicial era 30 de junho, mas de acordo com o presidente do conselho de administração da Varig, Luis Carlos Vaini, há muito trabalho ainda a ser feito e, por isso, o prazo será prorrogado. "Estamos acelerando o processo de fusão, mas o trabalho dos consultores é amplo e muito delicado", disse. Vaini afirmou que a assinatura do contrato de irreversibilidade depende de outros contratos acessórios que estão sendo estruturados. Mas, na avaliação do executivo, o compromisso já foi selado e "qualquer modificação será um acontecimento sobrenatural". De acordo com o novo presidente da Varig - que assumiu o cargo há menos de uma semana -, Roberto Macedo, não falta nada para a fusão. "O acionista controlador da Varig já aprovou, o governo também já declarou o rumo para o negócio e a outra companhia já deixou claro o seu entendimento do negócio", disse, ao acrescentar que resta apenas "o tempo necessário" para a união se concluir. A questão agora é apenas operacional. Participações Durante entrevista à imprensa realizada no final desta manhã em São Paulo, os executivos falaram também sobre as participações na nova empresa. De acordo com Vaini, no modelo previsto, todos os credores serão convidados a participar da fusão. Ele admitiu, no entanto, que a TAM deverá ter uma fatia maior na nova empresa. "Se não houver nenhuma alteração, esta é a trajetória prevista para o acordo", disse ele, ao destacar que os detalhamentos acionários só serão conhecidos na conclusão do processo. O principal executivo da Varig rechaçou a hipótese de a empresa vir a se tornar estatal daqui a dois anos, como vem sendo aventado pelo mercado, em razão de participações do BNDES. Segundo ele, o governo já deu sinais de que não é essa sua idéia para fortalecer a indústria de aviação. Marca Macedo informou que não está decidida ainda qual será a marca da nova empresa. "Os dois nomes têm suas vantagens", afirmou. Segundo ele, o patrimônio da Varig é de mais de 50 anos, "mas a parceira também tem a sua história". Outro ponto a ser detalhado num "momento futuro", de acordo com Macedo, será o enxugamento do quadro de funcionários. Ele disse que qualquer demissão será discutida dentro da estrutura da nova companhia, que estará adequada à necessidade do mercado. O executivo enfatizou que não haverá cortes na Varig antes do fim do processo de fusão. "A responsabilidade de planejar o tamanho é da nova companhia, num momento futuro, e as dispensas ocorrerão de acordo com a estrutura escolhida. Se formos voar um tipo de equipamento, manteremos as pessoas habilitadas a mexer com ele", disse. Investimentos Macedo admitiu que a Varig vem mantendo negociações com um investidor europeu para a captação de recursos. Segundo ele, a empresa está constantemente em busca de soluções para questões operacionais e para melhorar sua situação econômico-financeira. "E estas ações não vão ser interrompidas por causa do processo de fusão", afirmou. Segundo notícias veiculadas hoje pela imprensa, a Varig estaria negociando aporte de 1,5 bilhão de euros. Estes recursos, além de melhorar a operação da companhia, que tem fluxo de caixa diário deficitário em R$ 100 milhões, poderiam também dar mais participação à empresa no término da fusão. "Quem sabe, com este 1,5 bilhão de euros, a fusão não aconteça da mesma forma, mas com termos diferentes", emendou Vaini, ao reforçar que a fusão tem por objetivo unir duas forças numa outra ainda maior. Nova administração O novo presidente da Varig pretende acelerar o processo de fusão e buscar entendimento entre os parceiros e o governo. Segundo ele, seus objetivos à frente da empresa são liderar e manter a normalidade das operações, bem como intensificar relacionamentos com funcionários, credores e outros envolvidos. "Tenho abosluta consciência do desafio de presidir a Varig, principalmente hoje, quando as turbulências tornam esta tarefa mais complexa e o desafio ainda maior", disse. Para o executivo, a tarefa não é só de uma pessoa; precisa ser executada coletivamente. Ele descartou que faça parte de suas prioridades a substituição de diretores. "Vou trabalhar para agilizar as decisões. Se para isso for preciso aumentar ou diminuir diretorias, será feito, mas será consequência, não objetivo", afirmou.

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