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Futuro do mercado do aço depende da China, diz Eurofer

Por Agencia Estado
Atualização:

A Confederação Européia das Indústrias Siderúrgicas (Eurofer) divulgou a previsão de desempenho do setor do aço para o ano corrente. Mais uma vez aponta para o que o mercado já está ouvindo há alguns anos. O futuro da indústria do aço depende, e muito, da saúde da economia chinesa, vista como o único elemento positivo num quadro global de crise. O país asiático é, ao mesmo tempo, o maior produtor e o maior comprador de aço do mundo. Ou seja, mesmo produzindo mais do que qualquer outro país - 182 milhões/t no ano passado - o crescimento econômico faz da China o maior importador individual do produto. Para se ter uma idéia, o imenso canteiro de obras em que se transformou a China consome 25% do aço comercializado em todo o mundo. Segundo os dados da Eurofer, o futuro do mercado do aço, a exemplo do que ocorre hoje, depende do fôlego chinês em manter o consumo elevado, já que o quadro internacional não dá sinais de melhora: a previsão de recuperação da economia européia ainda não se materializou; a situação na América Latina ainda é complicada, apesar dos sinais de melhora da economia argentina; o Japão ainda dá sinais de fraqueza, apesar da produção industrial ter sofrido leve melhora; e a economia dos Estados Unidos se vê prejudicada pelo aumento do déficit público. Aço brasileiro Para os produtores de aço da Europa, a possibilidade de aumento do consumo interno é mínima. O crescimento nos investimentos no continente será muito pequeno: o Relatório sobre a Situação Econômica e do Mercado de Aço prevê que os gastos com máquinas e equipamentos devem crescer apenas 1% em relação ao ano passado, enquanto que na construção civil, o índice de crescimento será nulo. Também em queda, segundo o relatório, estarão a produção de automóveis (-2%), eletrodomésticos (-2%) e produção naval (-1%). A saída natural para as empresas européias, a exportação, também pode ser prejudicada pela valorização do euro, o que certamente beneficiará a indústria brasileira, que poderá conquistar novos clientes, até mesmo na própria Europa, oferecendo preços mais competitivos. Alerta Mas a grande preocupação apontada pelo Relatório da Confederação Européia de Siderúrgicas não é a concorrência com outros produtores e sim com o desempenho chinês. Enquanto o país continuar crescendo a taxas tão elevadas, consumindo boa parte do aço produzido no mundo, o mercado poderá respirar aliviado. Se, entretanto, a economia chinesa sofrer uma retração, a exemplo do que ocorre no resto do mundo, os produtores de aço estarão às voltas com um grande problema. Mas por ora, os níveis de produção estão de acordo com a demanda mundial, afirma o relatório. Mesmo diante dos muitos alertas, a conclusão da Eurofer para o desempenho do mercado europeu de aço é levemente otimista: afirma que os compradores vão retomar timidamente os pedidos até o final do primeiro semestre e o consumo deve melhorar um pouco até o final do ano.

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