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G-20: Argentina e Brasil defenderão posição comum, diz Taiana

Ministro de Exterior diz que país defende reforma de mecanismos de supervisão do sistema financeiro

Por Marina Guimarães e da Agência Estado
Atualização:

Os governos da Argentina e do Brasil defenderão posição comum na reunião do G-20 nesta quinta-feira, 2, em Londres, segundo o ministro argentino de Relações Exteriores, Jorge Taiana, que se encontra em Catar, acompanhando a presidente Cristina Kirchner na cúpula entre países sul-americanos e árabes. "Temos pontos em comum com Brasil e Arábia Saudita, que participam desta reunião e estarão no encontro do G-20", disse Taiana.

 

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Para Taiana, a cúpula de Catar está dando oportunidade de ouvir nações que não estarão em Londres. "Será preciso escutar outros países, tanto árabes como sul-americanos. Escutar suas razões e argumentos para enriquecer nossa posição", explicou.

 

O governo argentino defende uma reforma dos mecanismos de supervisão do sistema financeiro, além de maior regulação das instituições financeiras e a mudança na estrutura de votação do Fundo Monetário Internacional (FMI). O governo argentino também quer que o FMI conceda empréstimos aos países emergentes sem impor condições que sacrifiquem o crescimento e desenvolvimento destes países.

 

Paralelamente à cúpula de Catar, Cristina se reuniu com o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, com quem já havia afinado o discurso há cerca de duas semanas, quando conversaram em São Paulo. Cristina e Lula defendem a reforma do sistema financeiro internacional, com a responsabilização dos países industrializados pela origem da crise. A presidente argentina também quer pedir mudanças na atuação das agências de classificação de risco. Ambos os países vão atacar o protecionismo dos países desenvolvidos. "Entre Brasil e Argentina podemos divergir em matéria de defesa de nossas indústrias, mas convergimos na defesa de nossa região do protecionismo dos grandes, que massacram nossos países", disse uma fonte diplomática argentina à Agência Estado, referindo-se às disputas comerciais entre os dois sócios do Mercosul.

 

Ao comentar a importância da cúpula entre países sul-americanos e árabes, da qual participam, além da Argentina, Brasil e Arábia Saudita, outros 32 países, Taiana ressaltou que o encontro demonstra "o interesse dos países sul-americanos por uma solução pacífica e duradoura para o conflito histórico vivido pelo Oriente Médio". Em seu discurso, Cristina defendeu a soberania das Ilhas Malvinas e a formação do Estado da Palestina, evocando "a recriação de uma ordem multilateral e multipolar". Cristina classificou a ocupação britânica de Malvinas como "um encrave colonial inadmissível no século 21". O assunto é parte da declaração final de Catar. "Malvinas e a questão palestina são somente dois dos exemplos de não cumprimento das próprias normas dos organismos internacionais em matéria de direito e reconhecimento de nossos países", criticou.

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