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G-20 avalia impactos globais do ‘Brexit’

Reino Unido fora da UE e saúde financeira global vão nortear reunião que começa neste sábado

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Por Redação
Atualização:
  Foto: DAMIR SAGOLJ | AFP

A China abre neste sábado, 23, a nova reunião das 20 maiores economias do mundo, o G-20, sem um peso nas costas. Quando ministros de Finanças e banqueiros do grupo se reuniram pela última vez em fevereiro, os chineses estavam no centro das preocupações mundiais com o crescimento desacelerando e o temor de um “pouso forçado”. Hoje, o medo diminuiu e o grupo se debruçará sobre novos problemas, especialmente a saída do Reino Unido da União Europeia. Grande exportadora de bens de consumo, a anfitriã China defende que o aumento do comércio exterior é um caminho para amenizar as incertezas econômicas.

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Em reuniões de cúpula como o G-20, ministros e banqueiros atualizam cenários econômicos e acertam ponteiros sobre os próximos passos das políticas econômicas. Essa coordenação das estratégias é considera vital para os mercados financeiros, já que autoridades tentam conter os riscos e a volatilidade.

Neste fim de semana, o grupo terá o primeiro encontro após eleitores britânicos terem votado pela saída da União Europeia. O tema deve ser protagonista. O novo ministro de Finanças britânico, Philip Hammond, está na China e receberá uma avalanche de perguntas dos colegas, especialmente sobre como será encaminhado o processo. Há especial preocupação com as incertezas relacionadas ao processo de saída e as consequências para outros países, como fuga de capitais ou desaceleração da atividade.

Outro tema importante será a saúde do sistema financeiro europeu. Vários bancos da região têm sofrido com a desconfiança dos investidores, especialmente na Itália. Há o temor de que eventual problema bancário atrase mais uma vez a ainda frágil recuperação da economia da zona do euro – que já está sendo ameaçada pelo Brexit. A Itália faz parte do grupo das 20 maiores economias mundiais e também está em Chengdu.

Como pano de fundo para problemas como o Brexit e os bancos europeus, está a política monetária dos Estados Unidos. O Federal Reserve já deu sinais de que pode atrasar um pouco nova alta dos juros, mas a elevação da taxa é tida como certa no horizonte de médio prazo.

O Brasil também pode ser considerado um dos temas novos na pauta do G-20. No encontro anterior, a delegação brasileira era composta por Nelson Barbosa e Alexandre Tombini. Agora, com o governo do presidente em exercício Michel Temer, os nomes mudaram e a delegação é liderada pelo presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, e o secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Luís Balduíno. O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, desistiu da viagem.

China. Como reação às incertezas, uma das propostas defendidas pela China é o aumento do fluxo de comércio exterior. Pequim quer reduzir barreiras para que as exportações possam compensar parte da desaceleração econômica na própria China e outras nações.

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Nesta sexta-feira, 22, o premiê chinês, Li Keqiang, recebeu chefes de seis instituições – Banco Mundial, Fundo Monetário Internacional, Organização Mundial do Comércio, Organização Internacional do Trabalho, Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico e Conselho para Estabilidade Financeira – para atualizar o cenário econômico chinês e defender o aumento do comércio exterior.

No início do mês, ministros de Comércio do grupo concordaram com a proposta de cortar custos relacionados ao comércio exterior em 15%, mas sem data para o cumprimento da meta. O G-20 é responsável por cerca de 85% do comércio global.