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''G-20 deve estar preparado para lançar novos pacotes de ajuda em 2010''

Por Andrei Netto
Atualização:

Os países do G-20 (grupo dos 20 mais industrializados) devem estar preparados para lançar novos pacotes de estímulo à atividade econômica em 2010, caso a conjuntura internacional continue adversa, disse ontem, em Paris, o diretor-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn. Essa será uma das cinco propostas que a instituição levará à cúpula de Londres. Nos últimos meses, Strauss-Kahn vinha reafirmando que os pacotes de estímulo lançados até aqui não serão suficientes para superar a recessão em curto prazo. Ontem, o ex-ministro da Economia francês foi mais explícito. "Estamos muito próximos do piso de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) que nós estimamos necessários, mas precisamos estar certos de que poderemos fazer mais caso seja preciso ao longo de 2010." A defesa de novos pacotes de estímulo é um dos cinco pontos que Strauss-Kahn pretende levar ao encontro de quinta-feira. Entre os demais estão a estabilização do sistema financeiro, a reforma e o aumento da capacidade de socorro do FMI aos países emergentes e pobres em crise - por meio do aumento de capital do fundo, cujas reservas têm hoje cerca de US$ 250 bilhões. "Os países emergentes estão se tornando um dos pontos críticos desta crise", afirmou o diretor-geral. Falando também por teleconferência a jornalistas em Washington e em Londres, Strauss-Kahn defendeu o lançamento de operações de financiamento direto da economia, uma das políticas "não convencionais" em discussão na Europa. Para ele, isso deve ser feito pelo Banco Central Europeu (BCE), assim como fizeram o Banco da Inglaterra e o Federal Reserve (Fed, o banco central americano). O diretor-geral do FMI demonstrou ainda confiança nos resultados práticos da Cúpula de Londres. Para Strauss-Kahn, o G-20 pode ter um resultado histórico tão importante quanto os acordos de Bretton Woods, que lançaram as bases do sistema financeiro internacional em 1948. "Não vamos criar novas instituições, mas se a questão é se as mudanças poderão ser da mesma magnitude das realizadas em 1948, sim, elas poderão ser", afirmou.

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