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G-20 discutirá normas globais para bonificações

Líderes da União Europeia fecham acordo para incluir tema na pauta da reunião da semana que vem

Por Stephen Castle
Atualização:

Líderes dos 27 países-membros da União Europeia fecharam um acordo, na quinta-feira, em Bruxelas, para que a próxima reunião do G-20, marcada para a próxima semana, em Pittsburgh, nos EUA, fixe normas globais que controlem as remunerações e bonificações recebidas por banqueiros em todo o mundo.

 

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O acerto foi obtido depois de um jantar que durou mais de três horas, na capital da Bélgica. A ideia é garantir a formação de um bloco europeu unido que defenda uma proposta comum para o tema, na reunião do G-20.

 

Mas, apesar do acerto, a proposta ainda é genérica. Representantes dos países europeus ainda não mencionaram o estabelecimento de qualquer teto que limite a remuneração dos banqueiros.

 

A proposta europeia é de que o pagamento da maior parte dos bônus seja postergada, prevendo até mesmo que eles "sejam cancelados em caso de um desenvolvimento negativo no desempenho do banco". O cumprimento das medidas seria, segundo a proposta, "respaldada pela ameaça de sanções em nível nacional".

 

O consenso europeu em torno da proposta só foi possível depois de semanas de negociação. "A Europa está unida numa forte mensagem política", disse o presidente francês, Nicolas Sarkozy.

 

Mas a ideia de limitar a remuneração dos banqueiros ainda enfrenta resistência tanto de Londres quanto de Washington. Para o premiê britânico, Gordon Brown, "não há volta atrás para a estrutura de bonificação do passado."

 

França e Alemanha estão particularmente determinadas a enviar uma mensagem forte ao G-20 para pressionar, principalmente, o presidente americano, Barack Obama. Franceses e alemães atribuem parte da culpa pela crise econômica aos riscos excessivos assumidos por banqueiros que agiram motivados pela expectativa de receber bonificações.

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A declaração emitida pelos líderes europeus pede que o G-20 faça com que os bônus "sejam estabelecidos num nível apropriado em relação à remuneração fixa". O bloco também defende que o os bônus sejam vinculados ao desempenho dos bancos, das unidades de negócios e dos indivíduos, levando em conta desenvolvimentos negativos para evitar bonificações garantidas".

 

SustentabilidadeO premiê sueco e presidente pro-tempore da UE, Frederik Reinfeldt, também lembrou que, apesar de o bloco ter recebido bem o projeto de lei sobre mudanças climáticas do Congresso americano, é preciso fazer mais "para alcançar os níveis que temos na Europa".

 

A UE defende a adesão de outros países aos seus planos de reduzir as emissões em pelo menos 20% das emissões até 2020. Os líderes europeus pediram que os EUA e outros países "comprometam-se urgentemente" com cortes mais profundos. Para Reinfeldt, os custos para ajudar a adaptação de países pobres às mudanças climáticas alcançará até US$ 100 bilhões anuais em 2020.

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