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G-7 vai discutir como evitar crises financeiras, diz O?Neill

Por Agencia Estado
Atualização:

O secretário do Tesouro dos EUA, Paul O´Neill, disse que entre os temas da reunião do G-7 que começa amanhã em Washington estarão a prevenção de crises financeiras, como garantir que a ajuda aos países em desenvolvimento dê resultados e o avanço do combate às redes de financiamento de organizações terroristas. Em entrevista coletiva prévia à reunião do G-7, O´Neill traçou as linhas gerais do que espera do encontro e aproveitou para reafirmar sua previsão de que a economia norte-americana vai acelerar sua recuperação nos próximos meses. "Quando me encontrar com meus colegas do G-7, vou relatar que acredito que a economia está numa via de recuperação marcada por irregularidades. Continuo convencido de que estamos no caminho de um crescimento anual real de 3% a 3,5% por volta do fim do ano. E quero ouvir de meus colegas o que eles pretendem fazer para fomentar o crescimento de suas economias", disse o secretário. Sobre como aumentar a previsibilidade e reduzir as incertezas nos mercados emergentes, O´Neill disse que "precisamos avançar em todas as quatro partes do Plano de Ação adotado pelo G-7 em abril: cláusulas de ação coletiva, mecanismos de reestruturação de dívidas soberanas, limites rígidos para a concessão de créditos pelo FMI e melhoria na vigilância e na prevenção de crises". Segundo ele, o G-7 reservou parte do tempo das reuniões para discutir como atuar em conjunto para "fazer avançar a prosperidade mútua nos anos adiante e deixar para trás o período econômico desafiador dos últimos anos". O´Neill também afirmou que os países industrializados concordaram em dar uma parte substancial de sua ajuda aos países pobres na forma de doações e em adotar um compromisso de que resultados mensuráveis sejam alcançados. "Agora é o momento de implementar aquela agenda. Eu espero que tenhamos uma discussão útil para a definição dos passos concretos que precisaremos dar para assegurar que conseguiremos resultados", acrescentou. Sobre o combate às fontes de financiamento do terrorismo, o secretário disse que "fizemos bons progressos nos últimos 12 meses, à medida que cada um de nós comprometeu-se a coletar e a compartilhar informações melhores, para aperfeiçoar nossos esforços para cortar o fluxo de dinheiro para terroristas e para seguir o rastro do dinheiro e caçar os financiadores do terrorismo". A reunião dos ministros das Finanças do G-7 está marcada para começar nesta sexta-feira às 16h (de Brasília); a divulgação de um comunicado está prevista para as 22h30 (de Brasília). Decisão ?sensata? O´Neill afirmou que a decisão do FMI de conceder o empréstimo de US$ 30 bilhões ao Brasil foi "sensata", mas ressalvou que é preciso "esperar para ver se a história comprovará se ela foi num raciocínio correto". O´Neill respondia a uma pergunta sobre reação negativa do mercado diante da forte probabilidade da eleição do candidatos dos Trabalhadores, Luiz Inácio Lula da Silva, à presidência da República. O chefe da equipe econômica americana lembrou que ao Brasil empréstimo "foi montado de forma a fornecer um dinheiro a curto prazo" - US$ 3 bilhões já desembolsados e US$ 3 bilhões em dezembro. "Os outros US$ 24 bilhões estão condicionados a que, seja quem for que estiver a cargo do governo (no ano que vem), siga o acordo de política econômica feito com a administração Cardoso", acrescentou. Algumas horas antes, o diretor gerente do FMI, Horst Kohler, fizera uma avaliação mais otimista. Kohler disse que "o pacote (com o Brasil) ainda vai funcionar" e reiterou sua convicção de que "a situação da dívida é sustentável". A pressão sobre o câmbio e a queda dos papéis brasileiros em dias recentes sugere que os investidores estão fazendo o cálculo oposto.

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