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G10 alerta que não aceitará acordo desproporcionado na OMC

O grupo está "determinado a defender firmemente" suas posições, embora participe das negociações "de maneira construtiva"

Por Agencia Estado
Atualização:

O Grupo dos Dez (G10), integrado por países importadores de alimentos, alertou nesta quinta-feira que se oporá a qualquer acordo que exija lhe uma "contribuição desproporcionada" nas negociações da Organização Mundial do Comércio (OMC). A sede desta instituição em Genebra abriga desta quinta-feira ao próximo domingo uma reunião ministerial convocada por seu diretor-geral, Pascal Lamy, para evitar o colapso do atual ciclo de negociações - conhecido como Rodada do Desenvolvimento de Doha -, mediante acordos básicos nos setores agrícola e industrial. Após uma primeira reunião do G10, o ministro suíço de Comércio, Joseph Deiss, disse que seus membros estão "determinados a defender firmemente" suas posições, embora tenha lembrado que o grupo participa das negociações "de maneira construtiva e disposto a contribuir para alcançar uma solução". O G10 - integrado por Bulgária, Coréia do Sul, Islândia, Israel, Japão, Liechtenstein, Ilhas Mauricio, Noruega, Suíça e Taiwan - defende a necessidade de manter 15% de suas linhas tarifárias sob a categoria de "sensíveis". Por outro lado, a União Européia (UE) colocou tais linhas em um máximo de 8%, enquanto para os EUA estas não deveriam superar 1%. Posições próximas Deiss reconheceu que o G10 e a UE têm posições próximas em relação ao "tratamento que esses produtos devem receber", mas não quanto à proporção que devem representar, embora tenha dito que ambos os blocos podem chegar a um entendimento e "apresentar uma proposta final conjunta nesta matéria". Sobre a flexibilidade que este grupo estaria disposto a mostrar nos próximos dias, o ministro suíço respondeu que "é necessário que os grandes atores cheguem a uma solução" e que será "nesse momento quando se verá como os demais poderão se integrar". Por sua parte, o ministro de Comércio do Japão, Shoichi Nakagawa, enfatizou que, em sua condição de importadores agrícolas, os países do G10 defendem um acordo "equilibrado". A esse respeito, disse que embora esta "seja uma rodada para o desenvolvimento, os países em desenvolvimento também devem contribuir". Em nome do Japão, Nakagawa participa das reuniões do Grupo dos Seis (G6), integrado pelos participantes centrais das negociações - UE, EUA, Brasil e Índia (em representação do G20, de países em desenvolvimento), Austrália (pelos exportadores agrícolas) e Japão (pelo G10). Acredita-se que se um acordo for possível, ele partirá de um entendimento inicial entre esses seis atores chave.

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