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G6 negocia para decidir futuro da Rodada de Doha

As reuniões buscam um acordo sobre as reduções tarifárias a serem aplicadas a produtos agrícolas e industriais

Por Agencia Estado
Atualização:

Os ministros de Comércio e Agricultura do Grupo dos Seis (G6), que representa as maiores potências comerciais do mundo, iniciaram neste domingo, em Genebra, uma reunião de dois dias com a qual buscam desbloquear as negociações da Rodada de Doha de negociações para a liberalização do comércio mundial. Participam da reunião os representantes da União Européia, Estados Unidos, Japão, Austrália, Brasil e Índia. O encontro é presidido pelo diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Pascal Lamy. As reuniões buscam um acordo sobre as reduções tarifárias a serem aplicadas a produtos agrícolas e industriais. Diversas fontes diplomáticas assinalaram que as reuniões de hoje e amanhã podem ser consideradas como a "última oportunidade" e se mostraram "pouco otimistas" sobre as possibilidades reais de se conseguir um acordo. Por sua parte, o porta-voz da representante de Comércio dos EUA, Susan Schwab, negou-se a comentar o andamento das negociações e se limitou a assinalar que estas "continuam e são intensas". Decisão Os países do G6 têm em suas mãos o futuro da Rodada de Doha, pois, embora o acordo final deva ser obtido por consenso dos 149 países da OMC, uma decisão deste grupo é considerada definitiva, e daria sinal verde para o final de um processo que já dura quase cinco anos. A Rodada de Doha foi iniciada em 2001 e deveria ter se encerrado em 2004. O objetivo era de que os 149 membros da OMC chegassem a um avanço substancial na liberalização do comércio agrícola, industrial e de serviços, e que os principais beneficiários sejam os países menos desenvolvidos. No entanto, há grandes dificuldades para se alcançar um acordo, especialmente no âmbito da agricultura, tradicionalmente muito protegida nos países mais desenvolvidos, por meio de subvenções internas e tarifas à importação. Até o momento, os EUA se mostraram reticentes em reduzir os subsídios internos que concedem a seus agricultores, enquanto a União Européia segue a mesma linha. Brasil e Índia, dois integrantes desta negociação e que lideram o Grupo dos 20, que reúne países em desenvolvimento com diferentes interesses na rodada, negam-se a diminuir as tarifas que impõem aos produtos industriais. Se os países não firmarem um acordo para avançar de maneira significativa o processo nas atuais reuniões e nas que serão realizadas nesta semana, quando haverá um Conselho Geral, nos dias 27 e 28, e numa nova sessão do G6, em 28 e 29 de julho, isso se traduziria no fracasso do processo negociador. O diretor-geral da OMC reconheceu durante a cúpula do Grupo dos Oito (G8) em São Petersburgo, na Rússia, na última semana, que até agora os progressos foram "marginais" e que já chegou o momento de se saber se estas negociações acabarão em êxito ou fracasso. Após os sucessivos atrasos da negociação, se prevê que a rodada termine em 2006 ou no início de 2007.

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