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Gabrielli defende contratação de empresas nacionais

Por Kelly Lima
Atualização:

O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, defendeu hoje que qualquer empresa estatal ou privada de grande porte deveria incentivar a contratação de conteúdo nacional nos segmentos em que atua, dentro do possível e sem aceitar custos altos. "Ao contratarmos empresas dividimos em três grandes grupos. Em primeiro aquelas que já são competitivas. Para elas, a política é de crescimento, só precisamos incentivá-las. O segundo grupo é formado por empresas que não terão escala para atuar no Brasil, por se tratar de produtora de equipamentos muito específicos. Nestas, nunca haverá conteúdo nacional. E há um terceiro grupo que tem a possibilidade, ou por escala, ou por desenvolvimento rápido de um determinado setor, de alcançar rapidamente um grau de competitividade internacional. Desde que para isso haja uma curva de aprendizado", disse em entrevista coletiva, após apresentar o plano de investimento da Petrobras e os projetos para o novo marco regulatório do petróleo, em palestra na Escola Militar, no Rio de Janeiro.Gabrielli defendeu que esta política de contratação não pode ser genérica e tem que adotar um "grau de agregação o mais específico possível". "Tem que ser por tipo de produto que vai ser feito", comentou. O executivo destacou que a consolidação da indústria moderna ocorreu com base na teoria de que não se pode ter as mesmas condições de competitividade para quem está começando e para quem já está instalado. "Se isso ocorrer agrava-se a desigualdade".Então, para reduzir a desigualdade é preciso que as empresas e alguns países percebam que, para chegar à competitividade internacional, alguns segmentos têm de adotar uma curva de aprendizado. Nossa política não é a de proteção de uma área a custos mais altos. Nossa política é reconhecer que é possível acompanhar a evolução destas áreas e chegar em padrões internacionais".O executivo citou como exemplo o caso da indústria naval, que já foi a mais competitiva do mundo e perdeu competitividade ao perder escala tecnológica e volumétrica. "Hoje é a maior demandante no mundo. Não tem nada parecido com o pacote de sondas encomendado pela Petrobras no mundo todo. Então, se é para afetar um mercado, e criar a necessidade de criação de estaleiros, por que não fazer isso no Brasil? Isso vale para qualquer empresa grande. Estatal ou não", afirmou.

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