Publicidade

Ganho do DI supera a poupança em simulações

Segundo estudo da Thomson Financial Invest Tracker, a poupança rendeu 101,64% desde 1996 frente a 200,31% dos fundos DI. Descontando impostos, a diferença se reduz, e a poupança tem mais garantias.

Por Agencia Estado
Atualização:

A opção pela caderneta de poupança entre os investidores continua valendo para quem quer segurança, pois a aplicação tem muitas garantias. Mas a rentabilidade de 6% ao ano mais a variação da Taxa Referencial (TR) perde para outras aplicações muito conservadoras, como os fundos DI, cujo rendimento acompanha as taxas de juros. No longo prazo, a aplicação em fundo DI teve ganho bruto duas vezes maior que o da caderneta de poupança. Mas, considerando impostos e taxas, essa diferença pode cair bastante. Segundo estudo da Thomson Financial Invest Tracker, desde de 1996 até setembro deste ano, a rentabilidade da caderneta de poupança está em 101,64%. No mesmo período, os fundos DI acumulam um ganho bruto de 200,31%, ou seja, praticamente o dobro do que rendeu a poupança. De qualquer forma, ambos superam a inflação do período medida pelo Índice Geral dos Preços de Mercado (IGP-M) da Fundação Getúlio Vargas, que ficou em 70,27%. No estudo, o Imposto de Renda (IR) não foi descontado sobre o rendimento dos fundos DI. Veja na simulação abaixo o resultado das simulações com o desconto do IR. Taxas e impostos reduzem diferença Para ter em mente o ganho real destas aplicações, o investidor deve levar em consideração impostos e taxas. Nas duas modalidades de investimentos, incide a Contribuição Provisória sobre movimentação Financeira (CPMF) de 0,38%. No caso dos fundos, a cada movimentação de recursos, seja aporte ou saque. Porém, alguns bancos reembolsam este valor. No caso da poupança, aplicações com mais de três meses também são isentas de CPMF. Ainda sobre o rendimento dos fundos há a cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e do Imposto de Renda. O primeiro incide sobre investimentos que permaneceram aplicados por um período inferior a um mês, seguindo um tabela progressiva de acordo com os dias de investimento (veja mais informações no link abaixo). Já a alíquota do IR sobre os ganhos em renda fixa é de 20%. Também é necessário lembrar que ainda se cobra uma taxa de administração, que, em alguns casos, pode até comprometer a rentabilidade. Por outro lado, os investimentos em poupança, além de não sofrerem a incidência desses impostos e taxas, têm a garantia de recebimento do saldo de até R$ 20 mil por caderneta de poupança ou CPF em casos de falência da instituição bancária. Simulação Para entender a diferença das aplicações com os descontos, a Thomson Financial Invest Tracker tomou como exemplo uma aplicação inicial de R$ 100 por três períodos diferentes: nos últimos três meses, nos últimos 12 meses e desde 1999, todos contabilizados até o fechamento de setembro e sem registrar movimentações durante o período do investimento. Para efeitos corretos de comparação, a simulação foi feita desde 1999, e não desde 1996, porque a lei do IR sofreu alteração em meados de 1998. Em todos os casos, o saldo final do fundo DI foi maior que o da poupança, já contabilizados o IR (20%) e a taxa de administração sobre os ganhos do fundo. A CPMF não foi levada em consideração para o fundo DI. Mas, mesmo que fosse descontada do ganho neste exemplo, a diferença seria muito pequena, dado que não há movimentações mensais nesta simulação. Apenas um único depósito inicial. - De julho a setembro, a poupança rendeu 2,27%, um saldo total de R$ 102,27. Num fundo DI, o mesmo capital investido renderia 3,3%, totalizando no final do período um saldo de R$ 103,30. - Já quem permaneceu com os mesmos R$ 100 aplicados pelos últimos 12 meses, resgatou do fundo um total de R$ 111,73, um ganho de 11,73%. Na poupança, o saldo seria de R$ 108,23, ganho de 8,23%. - Para o investimento desde 1999, a rentabilidade do DI foi de 44,27%, totalizando R$ 144,27. Pela poupança, o ganho seria de 29,28%, com saldo de R$ 129,28. Captação da poupança ainda é maior De acordo com dados do Banco Central, no mês de setembro, a captação líquida da poupança foi de R$ 294,27 milhões, sendo este o sexto mês consecutivo que a poupança registra captação positiva. O total do patrimônio está em R$ 115,6 bilhões. Já os fundos DI registraram em setembro um ingresso de recursos de R$ 591,60 milhões, com patrimônio de R$ 96,20 bilhões, segundo dados da Associação Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid).

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.