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Ganho dos prefixados depende da carteira

Com a expectativa de queda das taxas de juros, a tendência é de que os fundos prefixados apresentem ganho superior ao dos fundos DI, que são reajustados com juros pós-fixados. Mas, segundo analistas, este resultado vai depender da composição da carteira do fundo.

Por Agencia Estado
Atualização:

A tendência de queda para as taxas de juros abre a possibilidade de ganhos superiores nas carteiras de fundos de renda fixa prefixados em comparação com os fundos referenciados DI (pós-fixados). Os papéis corrigidos por juros prefixados já embutem essa expectativa de queda. Mas, se os juros caírem mais do que o esperado ou a velocidade da queda for maior do que as previsões do mercado, quem fecha o contrato agora pode sair ganhando. Nos fundos DI, diferentemente, a taxa paga é a auferida no final do contrato. Mas este resultado superior vai depender da composição da carteira do fundo. De acordo com o gerente da divisão de renda fixa do Banco do Brasil Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários ? BBDTVM, Vinícius Raposo, o ganho será determinado pela duração dos papéis que compõem a carteira e pela porcentagem dos recursos que estão alocados em papéis prefixados. ?Quanto mais longos os papéis, maiores as chances de ganho num cenário de queda das taxas de juros. Porém, este resultado também depende da exposição da carteira em papéis prefixados, já que nestes fundos o gestor também pode colocar títulos pós-fixados como estratégia de diminuição do risco da carteira?, afirma. Em relação ao prazo dos papéis, o título com duração maior presente hoje no mercado tem vencimento 1em 2 de abril de 2003. Para Raposo, trata-se de um título com alto risco, dado que ainda há muitas incertas no cenário externo e o País passará por eleições presidenciais até lá. Na quarta-feira, estes papéis eram negociados a 22,36% ao ano. Investidor deve conhecer composição da carteira O gerente de renda fixa do ABN Amro Asset Management, Eduardo Castro, também reconhece que os fundos de renda fixa prefixados têm boas oportunidades de ganho neste ano, em que as expectativa dos analistas é de redução das taxas de juros. Ele concorda que o investidor deve se informar sobre a composição da carteira ? prazo dos papéis e exposição em prefixados. ?Outra atenção que o investidor deve ter é com a possibilidade de oscilação do valor da cota, que pode provocar perdas para o investidor?, diz (veja mais informações sobre os riscos dos fundos de renda fixa prefixados no link abaixo). Para o diretor de renda fixa do JP Morgan, Eduardo Mafra, nos atuais níveis de taxas de juros, para que um fundo de renda fixa prefixado apresente ganho superior ao de um fundo DI, a ?duration? ? o prazo médio de vencimento dos títulos que compõem a carteira de um fundo ? deve ser de pelo menos seis meses. ?Como as taxas de juros no mercado à vista estão muito próximas dos juros pagos em papéis com duração de um mês, não vale a pena o investidor arriscar uma posição prefixada nesses papéis. Já os títulos de duração mais longa pagam juros mais altos. Mas é importante lembrar que o risco também é maior?, diz. Segundo ele, o investidor também precisa estar atento à taxa de administração cobrada pela instituição. Avaliar cuidadosamente a migração de recursos entre uma carteira e outra é outra recomendação do diretor, já que esta movimentação acarreta em desconto da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). O gerente do ABN Amro Asset Management afirma que, no resultado final de 2002, o ganho dos fundos de renda fixa prefixados deve superar o conseguido nas carteiras DI. ?Mas o investidor deve estar preparado para oscilações. Uma opção para quem aposta em queda das taxas de juros é o investimento em Certificados de Depósito Bancário, os CDBs?, avalia. Vale destacar que neste tipo de aplicação, o investidor só recebe o ganho no vencimento do papel. Fundos DI oferecem segurança A opinião dos analistas é que os investidores mais conservadores, que têm um prazo definido para resgate inferior a um ano, devem optar pelos fundos referenciados DI, cujo ganho acompanha o movimento das taxas de juros. Já os investidores menos conservadores, e que podem deixar o dinheiro aplicado por pelo menos seis meses, podem destinar parte dos recursos para um fundo de renda fixa prefixado. Mas o investidor precisa estar ciente que estes fundos têm a possibilidade de ficar com a cota negativa quando as taxas de juros no mercado à vista sobem. Veja no link abaixo como está a duration de alguns fundos de renda fixa prefixados.

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