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Gás encontrado em Santos triplica reservas brasileiras

Por Agencia Estado
Atualização:

Novos testes feitos pela Petrobras indicam que as reservas de gás natural descobertas em abril na Bacia de Santos ultrapassam os 400 bilhões de metros cúbicos, volume suficiente para triplicar as atuais reservas brasileiras, atualmente na casa dos 200 bilhões de metros cúbicos. O campo é encarado na empresa como "a Bolívia do litoral paulista", em referência ao país que detém as maiores reservas de gás na América Latina. Para o diretor de Gás e Energia da Petrobras, Ildo Sauer, a descoberta representa uma revolução na história deste produto. Na área técnica da companhia, acredita-se que há ainda muito gás a ser descoberto no local, um bloco exploratório concedido pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) em 1998, chamado de BS-400. Quando a jazida foi encontrada, com estimativa inicial de 70 bilhões de barris, já era classificada como a maior descoberta de gás no País. Novos testes de avaliação, com a perfuração de dois poços em agosto, ampliaram as perspectivas e criaram o desafio de encontrar mercado para todo este volume. Estima-se que, com a nova reserva, o País chegará à produção diária de 80 milhões de metros cúbicos nos próximos anos. Mais barato que gás boliviano Comparativamente, o acordo com a Bolívia prevê a importação de 30 milhões de metros cúbicos por dia. "O gás descoberto em Santos está a apenas 130 quilômetros do principal entroncamento brasileiro", diz Sauer, referindo-se ao mercado paulista, de onde saem gasodutos para a Região Sul e para o Rio de Janeiro, com uma perna para Minas Gerais. Segundo avaliações preliminares, o gás de Santos chegará ao Continente a R$ 0,20 por metro cúbico, contra os R$ 0,30 cobrados pela Bolívia. A diferença, que parece pequena, poderia viabilizar a geração de energia com este gás em termoelétricas - atualmente inviável por causa do custo do produto importado. São Paulo passa Rio em reservas Com a descoberta, São Paulo torna-se, de longe, a maior província de gás brasileira, enquanto o Rio mantém o posto de maior produtor de petróleo. As reservas de gás da Bacia de Campos, no litoral fluminense, eram pouco superiores a 100 bilhões de metros cúbicos no final de 2002. Mas se trata de gás associado ao petróleo, que depende diretamente da produção do óleo para se extraído. A Petrobras não pode, portanto, regular a vazão dos poços de acordo com as necessidades do mercado.

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