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Gás natural fica mais caro em SP a partir da meia noite

O porcentual de aumento não será igual para todos, dependendo do volume de consumo e da classe a que o consumidor está enquadrado. O residencial, por exemplo, pagará entre 7% e 9% a mais pelo gás, enquanto a indústria terá reajuste entre 12,64% e 17,9%.

Por Agencia Estado
Atualização:

A partir da meia noite de hoje, o gás natural estará mais caro em São Paulo. O porcentual de aumento não será igual para todos, dependendo do volume de consumo e da classe a que o consumidor está enquadrado. O residencial, por exemplo, pagará entre 7% e 9% a mais pelo gás, enquanto a indústria terá reajuste entre 12,64% e 17,9%. Nos postos, o gás natural veicular (GNV) deve ter alta, em média, de 6%. Esses repasses refletem os três aumentos praticados pela Petrobras no combustível vendido para as distribuidoras desde setembro, que acumulados chegam a 41,79%. Um novo reajuste para o consumidor paulista está previsto para maio, mas em porcentual bem menor. Cada uma das três distribuidoras de São Paulo - Comgás, Gas Natural São Paulo Sul e Brasiliano - teve um porcentual específico autorizado para repassar aos clientes. A Comgás, por exemplo, que fornece mais de 90% do gás consumido no Estado, aplicará um aumento de 11,85% para o GNV vendido para os postos, o que resultará em alta para o consumidor de 6%, na média. No caso dos consumidores residenciais, o reajuste será entre 7% e 9% e, para os industriais, entre 12,64% e 14,45%. Repasse por partes Diferentemente de outros Estados, em São Paulo a agência reguladora do setor, a Comissão de Serviços Públicos de Energia (CSPE), não permite o repasse imediato dos aumentos praticados pela Petrobras. A alta de custo das distribuidoras é lançada em uma conta e só pode ser repassada uma vez por ano. A Brasiliano teve o reajuste autorizado em dezembro, mas as duas outras distribuidoras de São Paulo, Comgás e Gas Natural São Paulo Sul, só poderiam reajustar a tarifa em 31 de maio. A CSPE antecipou parte do reajuste em razão dos aumentos praticados pela Petrobras. "Foi a única forma de mantermos o equilíbrio econômico e financeiro das empresas", diz Zevi Kann, comissário-chefe da CSPE. Desde que a Petrobras anunciou a mudança na sua política de preços, com repasses trimestrais da cotação do gás importado da Bolívia, já foram aplicados três aumentos no preço cobrado das distribuidoras. O primeiro em setembro, de 13%; o segundo em novembro, de 10%; e em janeiro foram mais 14%. No reajuste de fevereiro das distribuidoras para o consumidor será repassado apenas o impacto dos aumentos do gás natural praticado pela Petrobras. Por esta razão, os porcentuais não serão iguais. Para o consumidor industrial de médio porte, aquele que consome 100 mil metros cúbicos por mês, o reajuste na Comgás será de 12,64% e na Gás Natural, de 14,5%. Já para a indústria com grande consumo, acima de 1 milhão de metros cúbicos por mês, os preços subirão 14,45% na Comgás e 17,9% na Gás Natural. No caso do consumidor residencial, a alta será entre 7% e 9% na Comgás e 7,28% na Gás Natural. Reajustes diferenciados As diferenças nos porcentuais são explicadas porque, quanto maior o consumo, menor a margem da distribuidora e, portanto, o peso do gás é mais elevado na composição do custo final. "No caso do residencial, por exemplo, a margem da distribuidora é muito maior e o preço do gás tem peso relativamente pequeno, comparado a outros custos", explica Kann. Entre esses custos estaria a margem de remuneração sobre investimentos, os gastos com operação e manutenção da rede e os custos comerciais, como leitura e faturamento. Nessa parcela de custos, que exclui o preço do gás, entra a correção pelo IGP-M, mas apenas em maio, a data base das concessionárias paulistas para o repasse às tarifas. Ou seja, o consumidor terá dois aumentos neste início do ano. "O reajuste de maio será muito pequeno porque o IGP-M não deve acumular mais que 2% de variação e ainda é descontado o fator-X", explica Kann. Nos cálculos da agência, o fator-X está em 0,9 ponto porcentual, portanto, se o IGP-M ficar em 2%, o reajuste será de 1,1%, mas apenas sobre a margem da distribuidora. Em 2005, o índice de inflação acumulou alta de 1,21%. Novo reajuste em maio A hipótese de o reajuste de maio ser maior, no entanto, não está descartada. "Tudo vai depender da Petrobras, se ela aplicar outro aumento em abril, teremos que autorizar o repasse", afirma Kann. Na política de preços anunciada pela Petrobras, os reajustes serão trimestrais a partir deste ano. Como o primeiro foi em janeiro, o próximo, por essa lógica, será em abril.

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