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Gasolina: governo espera redução de 4% na bomba

O governo anunciou uma redução de 5,4% no preço da gasolina nas refinarias a partir de 6 de abril e espera que o preço ao consumidor seja 4% menor. Porém, alguns economistas não acreditam na redução do preço na bomba.

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente Fernando Henrique Cardoso anunciou ontem, por rádio, redução de 5,4% no preço da gasolina nas refinarias a partir de 6 de abril. Para o consumidor, o preço cobrado dependerá da decisão dos donos de postos, já que o preço do produto é livre nas bombas. A expectativa dos técnicos do Banco Central, no entanto, é de uma redução de 4%. De acordo com a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) haveria ainda "pequenas reduções adicionais" em julho e setembro. Em São Paulo, onde o litro custa cerca de R$ 1,59, o preço na bomba pode chegar a R$ 1,53, segundo cálculos do Sindicato dos Postos de Gasolina do Estado de São Paulo (Sincopetro). De acordo com o presidente Fernando Henrique, na BR-Distribuidora o preço da gasolina vai cair 3,8% em Macapá, 4,4% no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte, 4,2% em São Paulo, 4,3% em Belém e 3,9% em Recife. O repasse ao consumidor deve ser imediato, disse o diretor financeiro do Sincopetro, Genaro Maresca. "O próprio mercado vai pressionar e, como a concorrência no setor está muito acirrada, o consumidor vai pagar menos", afirmou. Sem repasse ao consumidor Para alguns analistas, o repasse para o consumidor pode não ser total. Segundo o economista do BBV Banco, Fábio Akira, os últimos aumentos do preço dos combustíveis não foram repassados totalmente ao consumidor. Para ele, agora que ocorre redução dos preços, os postos poderão optar em recompor suas margens. O coordenador do Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe), Heron do Carmo, acredita que, para o consumidor, a redução no preço da gasolina será pequena e sem efeito imediato na inflação. "Na bomba, a queda não deve passar de 3%. Somente os postos que cobram acima da média do mercado devem reduzir o preço", diz. Com isso, para o consumidor o efeito seria sentido mais pela concorrência do que pela decisão do governo e, para a inflação, o impacto seria gradual. A previsão de Heron, no entanto, é de que haja uma nova redução no preço do combustível em agosto. Técnicos do governo não concordam com a avaliação. "Se os donos de postos vão comprar o produto mais barato, é de se esperar o repasse aos consumidores", afirmaram técnicos.

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