PUBLICIDADE

Publicidade

Gasolina mais cara não significa qualidade melhor

Por Agencia Estado
Atualização:

Pagar caro pela gasolina não livra o consumidor de abastecer seu carro com combustível adulterado. Segundo pesquisa da Agência Nacional do Petróleo (ANP), um terço da gasolina fora de especificação vendida no País está com preço acima da média de mercado. Em oito estados - incluindo Rio Grande do Sul, Pernambuco e Goiás - e no Distrito Federal, a adulteração está mais presente em postos com altos preços. O Boletim de Qualidade divulgado pela ANP constatou que 10,3% dos postos fiscalizados em abril vendiam gasolina fora das especificações, ou seja, com porcentuais maiores de álcool anidro ou com a adição de elementos irregulares, como solvente ou água. Em São Paulo, o índice de adulteração chegou a 13,4% dos postos pesquisados. O estado com maior presença de produtos fora de especificação foi o Paraná: 22,3% das amostras colhidas pela Agência. Adição de álcool superior ao permitido Segundo a análise da Agência, a principal não-conformidade encontrada na gasolina brasileira tem a ver com a adição de álcool acima do porcentual permitido. A ANP acredita que há uma tendência de que combustíveis de baixa qualidade sejam vendidos a preços baixos, mas a pesquisa serve de alerta para o consumidor. "O preço está mais ligado à região onde o posto está do que ao produto em si", avalia o engenheiro de combustíveis da Shell, Gilberto Pose. "Concordo que preço mais alto não significa qualidade, por isso as distribuidoras investiram em programas próprios de qualidade do combustível", diz o diretor de abastecimento da Esso, Leonardo Gadotti Filho. Programas de qualidade De fato, desde o final da década passada, as principais distribuidoras do País criaram programas de garantia de qualidade do combustível vendidos em seus postos. "É o caminho que encontramos para manter a confiança do consumidor", explica Gadotti. As próprias distribuidoras admitem que parte dos postos que ostentam suas bandeiras compram combustíveis de outras fontes. "Não dá para garantir que todos os postos se abastecem de produtos nossos", diz a coordenadora do programa de qualidade da BR Distribuidora, Isabel Dutra. Na BR, por exemplo, apenas metade dos 7 mil postos espalhados pelo País está credenciada ao "De Olho no Combustível", programa de qualidade que monitora o combustível vendido pelos postos da rede. No caso da Shell, 61% da rede é credenciada ao programa "DNA Shell".

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.