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Gasolina sobe 6,75% no domingo

Por Agencia Estado
Atualização:

A Petrobrás anunciou reajustes nos preços da gasolina e do diesel. A partir da meia-noite de sábado, a gasolina comprada pelas distribuidoras de combustíveis custará 6,75% mais cara e o diesel, 9,5%. Para o consumidor, o aumento deve ficar em torno de 5% para a gasolina e 8% para o diesel, nos cálculos da Federação Nacional do Comércio Varejista de Combustíveis (Fecombustíveis). A companhia informou que o reajuste da gasolina foi provocado pelo aumento de 16,5% na cotação internacional do produto, comparando com a média de 15 dias antes do último reajuste, em 13 de maio. Na ocasião, a estatal contrariou a expectativa do mercado e reduziu o preço da gasolina em 1,08%. Foi o quinto reajuste durante o ano de 2002, totalizando um aumento total de 29,8% no preço cobrado pelo combustível no início de janeiro. Em nota oficial, a empresa afirma, porém, que "o preço de faturamento da gasolina ainda é 2,04% inferior ao praticado em dezembro de 2001", antes da redução de 25% promovida na virada do ano. A cotação do diesel no mercado externo, diz a estatal, aumentou 12,46% desde o último reajuste, também em 13 de maio, quando a Petrobrás aumentou em 4,35% o preço do produto. Segundo a estatal, a diferença entre os porcentuais de variação internacional e os adotados pela empresa reflete a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), o imposto sobre os combustíveis, que amortece os reajustes. O preço da gasolina no Brasil, antes do reajuste, estava cerca de 22,5% abaixo do cobrado no mercado internacional, segundo levantamento do Centro Brasileiro de Estudos em Infra-Estrutura. Por isso, o mercado já esperava o aumento, uma vez que a Petrobrás vinha segurando o repasse sob a alegação de que preferia esperar pela definição dos rumos do câmbio. A defasagem entre o preço da Petrobrás e o internacional trouxe de volta o subsídio às refinarias privadas, extinto em agosto de 2001. A Agência Nacional do Petróleo (ANP) autorizou, em maio, créditos de R$ 15,3 milhões em favor das refinarias de Manguinhos, e Ipiranga. Pelas regras de transição da abertura do setor, as empresas têm, até agosto, uma margem de lucro garantida, chamada de margem bruta de refino. Como foram impedidas legalmente de crescer nos tempos de monopólio, o governo garantiu a elas um retorno mínimo nos primeiros anos de abertura para poder competir com a Petrobrás. Manguinhos, que é controlada pela espanhol Repsol-YPF, terá um crédito de R$ 8,5 milhões e a Ipiranga, de R$ 7,3 milhões. As duas empresas reclamam da demora da Petrobrás em reajustar preços, pois o mercado é pautado pelos valores cobrados pela estatal. Segundo a ANP, o subsídio ainda não foi pago - não está regulamentado e não se sabe de onde sairão os recursos. Por outro lado, as duas empresas têm débitos com o governo, devido ao excedente de margem desde agosto de 2001.

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