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Gasto de brasileiro no exterior continua a crescer

Por EDUARDO CUCOLO E CÉLIA FROUFE
Atualização:

Apesar da alta do dólar, os brasileiros gastaram valor recorde no exterior em outubro, segundo o Banco Central, contribuindo para aprofundar o déficit externo do País. Foram US$ 2,314 bilhões gastos em viagens internacionais no mês passado, valor que supera a marca inédita de US$ 2,3 bilhões verificada em janeiro. O número surpreendeu o governo por ter sido alcançado em um mês em que, sazonalmente, essas despesas são mais baixas que as verificadas em períodos próximos de férias escolares."Estou estranhando um pouco. Não é um mês que sazonalmente deveria ser tão acentuado", afirmou o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel. Ele citou como fatores de aumento nesse tipo de despesa o crescimento da renda, da economia, do emprego e da massa salarial. Maciel disse, no entanto, que o câmbio tende a se refletir nesses resultados. "É possível que a moderação (de novembro) esteja refletindo uma taxa mais desvalorizada na comparação interanual." O déficit na conta de viagens internacionais ficou em US$ 1,78 bilhão em outubro. Segundo dados divulgados pelo BC, esse valor negativo é resultado do volume de despesas pagas por brasileiros no exterior (US$ 2,31 bilhões), acima das receitas positivas com turistas estrangeiros no Brasil (US$ 533 milhões). Os dados parciais para novembro apontam para um número mais fraco. Segundo o BC, isso pode refletir a variação do dólar, que já subiu quase 4% em novembro. O saldo negativo do mês passado foi maior do que o verificado em outubro de 2012, de US$ 1,563 bilhão. No acumulado do ano, o déficit da conta de viagens soma US$ 15,676 bilhões, ante saldo negativo de US$ 12,876 bilhões em igual período de 2012.Segundo Maciel, se a média diária se mantiver no mesmo valor até o fim do mês, o déficit ficará em US$ 1,312 bilhão e as despesas em US$ 1,871 bilhão. Isso representará aumentos de 2% e 3%, respectivamente, em relação a novembro de 2012. "No ano, a média (mensal) é 22% de aumento no saldo e 15% nas despesas. O dado de novembro é um primeiro sinal de moderação nesse item. Mesmo assim, será provavelmente o maior para meses de novembro", disse. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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