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Gasto do consumidor dos EUA fica estável, renda sobe

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Por Redação
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O gasto pessoal nos Estados Unidos ficou estável em abril, algo inesperado para o mês após seis meses seguidos de aumento, mas a crescente confiança do consumidor no cenário econômico sugere que o consumo permanecerá forte neste trimestre. Apesar da estagnação dos gastos, a renda real disponível registrou o maior ganho em quase um ano, mostraram dados do Departamento do Comércio nesta sexta-feira. A renda do consumidor foi impulsionada por uma combinação de melhora no mercado de trabalho e controle da inflação. Os mercados esperavam que o gasto pessoal, que normalmente representa mais de dois terços da atividade econômica dos EUA, aumentasse 0,3 por cento no mês passado. Separadamente, o índice Thomson Reuters/Universidade de Michigan de confiança do consumidor subiu para 73,6 neste mês, de 72,2 em abril. Ainda mais encorajadoras, as leituras de expectativas do consumidor e de perspectivas para a economia no horizonte de doze meses foram as mais altas desde janeiro. A confiança aumentou apesar do desgaste do mercado de ações gerado pela crise fiscal da Europa. "Os consumidores claramente não estão sendo perturbados pela turbulência do mercado de ações. Eles não viram nada ainda, mas isso pode acontecer se a crise europeia se materializar em geração de emprego mais lenta", disse Chris Low, economista-chefe da FTN Financial em Nova York. Outro relatório mostrou que a atividade empresarial na região do Meio-Oeste norte-americano cresceu mais do que o esperado em maio, após escalar para a máxima em cinco anos no mês anterior. Um índice de desemprego do Instituto de Gestão do Fornecimento de Chicago caiu. GASTO DO CONSUMIDOR DEVE AUMENTAR Apesar da leitura estável de abril, analistas esperam uma forte alta nos gastos do consumidor no segundo trimestre com a melhora do mercado de trabalho dando impulso à renda pessoal e a inflação controlada impulsionando o poder de compra. "Eu acho que o consumidor está no caminho certo de recuperação. Enquanto o mercado de trabalho cicatrizar, o gasto do consumidor deve continuar forte", disse Sean Simko, gerente de carteira de renda fixa da SEI em Oaks, Pensilvânia. Dados do governo mostraram que o gasto real do consumidor cresceu 3,5 por cento em termos anuais no primeiro trimestre, mais que o dobro da taxa de 1,6 por cento do período entre outubro e dezembro. A recuperação econômica é uma meta fundamental para o presidente Barack Obama, antes das eleições parlamentares em novembro nos EUA. Os eleitores têm um humor anti-Washington por causa da última recessão, do papel de Wall Street na crise, das demissões e do fraco mercado imobiliário. Ajustado para inflação, o gasto do consumidor também ficou estável em abril, após um aumento de 0,5 por cento no mês anterior, disse o Departamento do Comércio. A renda pessoal cresceu 0,4 por cento, mostrou o relatório, após subir à mesma margem em março. Os mercados esperavam aumento de 0,5 por cento no mês passado. A renda real disponível subiu 0,5 por cento em abril, o maior ganho desde maio de 2009, após o ganho de 0,3 por cento no mês anterior. A taxa de poupança subiu para 3,6 por cento, de 3,1 por cento em março. O relatório também mostrou que o índice de consumo pessoal, excluindo alimentos e energia, subiu 1,2 por cento nos 12 meses até abril, o menor aumento desde setembro. O índice, importante medida da inflação monitorada pelo Federal Reserve, avançou 1,3 por cento em março. A combinação de inflação controlada e do excesso de capacidade da economia, mesmo com a aceleração da retomada, significa mais espaço para o banco central norte-americano manter a taxa básica de juros baixíssima por um período prolongado. Outros dados mostraram que a atividade empresarial na cidade de Nova York cresceu em ritmo recorde em maio, marcando o quinto maior ganho já registrado. O índice de condições de negócios do Instituto de Gestão de Fornecimento de Nova York mostrou que o valor de maio foi o mais alto desde que a pesquisa começou, em 1993. Em maio, o índice subiu para 89,9, de 62,2 em abril. O nível de 50 separa crescimento de contração. (Reportagem de Lucia Mutikani; Reportagem adicional de Ann Sphir, Caroline Valetkevitch e John Parry em Nova York)

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