27 de agosto de 2019 | 05h00
BRASÍLIA - Com um dólar mais barato em julho, os brasileiros elevaram os gastos em suas viagens ao exterior. Dados divulgados ontem pelo Banco Central mostram que, no mês passado, as despesas brutas dos brasileiros em outros países somaram US$ 1,9 bilhão. Este é o maior valor para um mês de julho desde 2014, quando a cifra atingiu US$ 2,4 bilhões. Em junho deste ano, esses gastos haviam sido de US$ 1,5 bilhão.
O resulto é justificado em parte pelo movimento do dólar nos últimos meses. Em maio deste ano, o valor médio de venda do dólar turismo foi de R$ 4,15, conforme dados do Estadão/Broadcast. Em junho, o valor médio caiu para R$ 4,01 e, em julho, para R$ 3,93. Em julho do ano passado, o valor médio do dólar turismo estava em R$ 3,97.
Com as cotações um pouco mais favoráveis para quem vai viajar, era de se esperar que os gastos no exterior subissem um pouco. “Fazia bastante tempo que víamos apenas redução nos gastos dos brasileiros em viagens”, disse o chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, ao destacar a elevação vista em julho.
No entanto, os números ainda indicam que as famílias brasileiras estão mais contidas em 2019 quando o assunto é viajar ao exterior. De janeiro a julho, as despesas brutas em outros países somaram US$ 10,7 bilhões. No mesmo período do ano passado, os gastos haviam sido de US$ 11,3 bilhões.
Os dados do BC mostraram ainda que, em julho, as despesas de estrangeiros em viagem ao Brasil somaram US$ 598 milhões, acima dos US$ 417 milhões do mesmo mês do ano passado. Com isso, o déficit líquido na conta de viagens do balanço de pagamentos – que considera os gastos dos brasileiros em outros países menos as despesas dos estrangeiros no Brasil – foi de US$ 1,3 bilhão no mês passado. Em julho de 2018, a cifra também foi de US$ 1,3 bilhão.
Os números do BC indicaram ainda que, em julho, a conta corrente do balanço de pagamentos brasileiro apresentou rombo de US$ 9 bilhões. A cifra reflete o saldo da relação do Brasil com outros países nas áreas comercial, de serviços (viagens e despesas de transportes, entre outros) e de rendas (pagamentos de juros e remessas de lucros). No acumulado de 2019 até julho, o rombo em conta corrente é de US$ 21,7 bilhões
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