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Gastos do consumidor e exportações afetam crescimento nos EUA

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Por Redação
Atualização:

Os gastos dos consumidores e o crescimento das exportações dos Estados Unidos não foram tão robustos como se acreditava anteriormente no primeiro trimestre, sugerindo menos força na economia. O Departamento do Comércio confirmou na quinta-feira que a economia cresceu 1,9 por cento no período entre janeiro e março, mas o mix de crescimento não foi encorajador para o atual trimestre. Relatório separado mostrou que o número de norte-americanos solicitando auxílio-desemprego pela primeira vez caiu na semana passada, mas o número continuou muito alto, indicando que o mercado de trabalho está tendo dificuldade para ganhar força. Economistas disseram que a série de dados fracos pode levar o Federal Reserve (banco central dos Estados Unidos) a lançar uma terceira rodada de compra de títulos para apoiar a vacilante recuperação. Na semana passada, o Fed afrouxou ainda mais a política monetária ao ampliar o programa de troca de títulos que o banco central já detém por títulos de vencimento mais longo com a finalidade de diminuir os custos de empréstimo. Os gastos do consumidor, que respondem por cerca de 70 por cento da atividade econômica dos EUA, subiram a uma taxa de 2,5 por cento no primeiro trimestre, ante 2,7 por cento reportado anteriormente. Existem sinais de que os gastos do consumidor desaceleraram no segundo trimestre, com as vendas no varejo recuando em abril e maio. As exportações cresceram numa taxa de 4,2 por cento em vez de 7,2 por cento. A perda de força tanto nos gastos do consumidor quanto nas exportações dão sinais ruins para o crescimento do segundo trimestre. A estimativa para o crescimento do segundo trimestre é de cerca de 2 por cento, mas com o esfriamento da demanda global em meio aos problemas de dívida da Europa e um caminho incerto da política fiscal em casa forçando as famílias a serem cautelosas, mesmo essa estimativa pode ser otimista demais. Os estoques empresariais subiram 54,4 bilhões de dólares, em vez de 57,7 bilhões de dólares, acrescentando apenas 0,10 ponto percentual ao crescimento do PIB ante 0,21 ponto na estimativa anterior. Excluindo os estoques, a economia cresceu a uma taxa revisada de 1,8 por cento no primeiro trimestre, ante 1,7 por cento anteriormente, a acima dos 1,1 por cento do quarto trimestre. O cuidado no gerenciamento dos estoques pode ser um impulso para o crescimento no segundo trimestre, mas se a demanda doméstica enfraquecer ainda mais, os empresários podem ser forçados a reduzir seus estoques. Isso é um prospecto provável, ao passo que o mercado de trabalho está encontrando dificuldades para ganhar força. Os pedidos iniciais de auxílio-desemprego recuaram em 6 mil, para 386 mil, de acordo com dados ajustados sazonalmente divulgados pelo Departamento do Trabalho. A média móvel de quatro semanas, considerada uma medida melhor das tendências do mercado de trabalho, recuou em 750, para 386.750. O mercado de trabalho perdeu ritmo nos últimos meses, ao passo que incertezas criadas pela crise da dívida na Europa e um caminho de política fiscal incerto nos Estados Unidos deixou empresários relutantes para contratar. Os pedidos de auxílio-desemprego tiveram pouca variação desde abril e a falta de melhora sugere uma fraqueza fundamental no mercado de trabalho. O número de pessoas que ainda estão recebendo o benefício sob programas regulares do Estado após a primeira semana de ajuda caiu em 15 mil, para 3,3 milhões na semana encerrada em 16 de junho. Esses dados participam do período de pesquisa para a taxa de desemprego de junho. A taxa de desemprego dos Estados Unidos subiu em maio pela primeira vez desde agosto do ano passado e pode continuar elevada, à medida que a maioria dos Estados parou de oferecer benefícios às pessoas desempregadas por muito tempo. Apenas seis Estados e o distrito de Columbia estavam oferecendo a extensão do benefício na semana encerrada em 9 de junho. Um total de 5,9 milhões de pessoas estavam solicitando auxílio-desemprego sob todos os programas durante esse período, uma alta de 71.724 em relação à semana anterior. (Reportagem de Lucia Mutikani)

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