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Gastos do consumidor enfraquecem nos EUA; construção tem queda

Por JOANNE MORRISON
Atualização:

As despesas do consumidor norte-americano tiveram uma alta inesperadamente pequena, de 0,2 por cento, no mês passado, enquanto os gastos em construção caíram, segundo relatórios divulgados nesta sexta-feira que levantaram preocupações com a saúde da economia. Ao mesmo tempo em que os gastos pessoais subiram levemente, o Departamento de Comércio informou que os preços para o consumidor subiram mais, 0,3 por cento, deixando os gastos corrigidos com a inflação estáveis em outubro depois de uma leve alta de 0,1 por cento em setembro. "Você está vendo um sinal muito baixo para o quarto trimestre, particularmente com atenção para os gastos do consumidor", disse Carey Leahey, diretor gerencial sênior na Decision Economics em Nova York. "Esta é outra razão para o Fed cortar a taxa de juro." O Departamento de Comércio informou também, num segundo relatório, que os gastos com construção caíram 0,8 por cento à medida que as construtoras imobiliárias continuam enfraquecidas. A queda foi a maior desde julho e trouxe os gastos com construção para uma taxa anual de 1,158 trilhão de dólares, a menor em dois anos. O chairman do Federal Reserve, Ben Bernanke, disse na noite da quinta-feira que o aperto no mercado de crédito pode desacelerar a economia e alertou que os gastos do consumo podem vacilar. Muitos economistas viram nesses comentários um sinal de que o Fed, que cortou o juro em 0,75 ponto percentual desde meados de setembro, estaria disposto a continuar reduzindo a taxa. "Eu espero que a renda e os gastos das famílias continuem a crescer, mas a combinação dos altos preços dos combustíveis, o fraco setor imobiliário, a condição apertada do crédito, e a queda nos preços das ações podem criar um obstáculo para os consumidores nos próximos meses", disse Bernanke. O Departamento de Comércio informou que os preços para o consumidor medido pelo índice de preços de gastos com consumo (PCE) registrou alta de 0,3 por cento. O núcleo do PCE, que exclui da conta os alimentos e energia, subiu 0,2 por cento. No último ano, o núcleo do PCE subiu 1,9 por cento, o mesmo que os últimos 12 meses até setembro, dentro de uma faixa considerada pelas autoridades do Fed como aceitável. Isto pode ajudar algumas autoridades do Fed a deixar de lado as preocupações com a inflação e apoiar um corte na taxa de juro. INFLEXIVEL ATIVIDADE IMOBILIÁRIA O departamento disse que os gastos com construção imobiliária privada caiu 2 por cento em outubro para uma taxa anual de 503,7 bilhões dólares, o menor nível em quatro anos. Esta foi vigésima queda consecutiva desde da máxima atinginda em fevereiro de 2006. Mas ajudando a compensar as preocupações do setor imobiliário, os gastos estaduais e federais com construção subiram pelo oitavo mês consecutivo, atingindo a marca recorde de 295,1 bilhões de dólares. Um relatório separado sobre a atividade no Meio-Oeste norte-americano ofereceu algumas notícias positivas. O medidor de negócios da Associação Nacional de Gestão de Fornecimento de Chicago subiu de 49,7 para 52,9 em outubro, voltando para o território que indica expansão após cair abaixo de 50 em outubro.

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