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Geada atinge lavouras de feijão e preço já sobe

Por Agencia Estado
Atualização:

As geadas dos últimos dias causaram perdas de pelo menos 40% nas culturas de feijão no sudoeste do Estado de São Paulo, que responde por 65% da produção paulista. O preço do grão já reagiu: a saca de 60 quilos, cotada a R$ 72 na semana passada, estava sendo vendida a R$ 80 hoje. O fenômeno, mais intenso na madrugada de terça-feira, repetiu-se na noite passada agravando as condições das lavouras. Dos 65 mil hectares previstos, já tinham sido plantados 50 mil e destes, poucos escaparam dos prejuízos. Considerando a produtividade média de 28 sacas por hectare, a região deixará de produzir cerca de 560 mil sacas, deixando de faturar R$ 44 milhões. "Houve muitos casos de perda total", disse o assistente de fitotecnia da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI) de Itapeva, agrônomo Vandir Daniel da Silva. A maior parte das culturas estava com 25 ou 30 dias de germinação, fase em que são mais sensíveis ao frio. Escaparam da geada apenas as lavouras de encostas protegidas contra o vento noroeste. O produtor José Carlos Fogaça, de Itapeva, perdeu os 75 hectares que tinha plantado. Ele calcula o prejuízo em R$ 40 mil. A lavoura não tinha seguro. Fogaça pretende replantar a mesma área, mas não consegue encontrar sementes. Segundo Silva, o insumo está praticamente esgotado. O agricultor Jorge Maeda, de Taquarivaí, perdeu 220 hectares dos 390 plantados. Hoje, ele irrigou a lavoura e fez aplicação de adubo foliar na tentativa de reduzir o prejuízo. "Foi uma geada inesperada, fora de época, não deu para fazer nada", disse. Como a maior parte dos agricultores da região, ele também não fez seguro. Em Capão Bonito, cerca de 300 produtores de feijão foram à cooperativa em busca de sementes para replantio. Os estoques esgotaram-se rapidamente. O agricultor Leonir Baldissera perdeu 120 hectares e vai replantar apenas uma parte. Na região de Itaí, a geada foi ainda mais severa, afetando também culturas de milho para produção de sementes. Pomares de banana foram destruídos. Em São Miguel Arcanjo, a geada fora de época queimou as brotações dos parreirais de uva itália e niágara. O município é o maior produtor da fruta no Estado. Os viticultores esperam a rebrota, mas a produção será menor.

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