19 de março de 2009 | 19h07
Na entrevista, Geithner disse que o Departamento do Tesouro estava preocupado em particular com o fato de que o governo poderia ser processado se os contratos referentes aos bônus fossem rompidos. Dodd admitiu que ele inclui a polêmica cláusula à legislação após pressões de uma autoridade do Tesouro. No início da semana, Dodd havia dito que não tivera qualquer participação na adição da brecha. Geithner disse à CNN que assume total responsabilidade pela situação. Ele disse ainda que vê os pedidos para que renuncie como parte do cargo.
Ontem, o deputado norte-americano Connie Mack, do Partido Republicano, afirmou que Geithner deveria ser demitido ou renunciar ao posto de secretário do Tesouro. "A experiência Timothy Geithner foi um desastre", disse Mack em comunicado. "A notícia desta semana sobre o escândalo dos bônus da AIG é apenas o fiasco mais recente de seu mandato e ele perdeu a confiança do povo americano."
Mack referia-se ao pagamento de US$ 165 milhões em bônus a funcionários da AIG na semana passada. A empresa já recebeu mais de US$ 170 bilhões em auxílios do governo dos EUA e a notícia da distribuição dos bônus gerou indignação em todo o país.
Beneficiados
O novo promotor-geral de Nova York, Andrew Cuomo, disse que recebeu a lista dos mais de 400 funcionários que receberam US$ 165 milhões em bônus da seguradora AIG, mas não vai divulgar os nomes. "O escritório da promotoria-geral vai, de forma responsável, equilibrar o direito do público de saber como o dinheiro de seus impostos é gasto com segurança individual, direitos privados e privilégios corporativos", disse Cuomo em comunicado.
Cuomo informou que vai trabalhar com a empresa nos próximos dias para determinar quais funcionários receberam os pagamentos e quais não devolveram os valores, disse ele. "Neste momento, de alta convulsão emocional, é importante que tenhamos procedimentos diligentes, com cuidado, reflexão e julgamento equilibrado", disse ele em nota. A seguradora aceitou mais de US$ 170 bilhões em fundos governamentais.
Chrysler
Também hoje, a montadora Chrysler afirmou em um comunicado publicado em seu website que não vai mais pagar bônus como parte dos cortes de custos necessários para garantir um novo financiamento do Departamento do Tesouro dos EUA. Separadamente, a companhia informou que a Fiat vai assumir 35% de sua dívida com o governo.
"Nenhum novo bônus ou qualquer outra forma de bonificação será concedido depois de 2 de janeiro de 2009, como resultado dos documentos de desistência assinados pelos 25 mais altos executivos da companhia", disse a Chrysler. "Nós continuamos trabalhando junto com o Tesouro diariamente." A Chrysler e a General Motors estão correndo para conseguir mais cortes de custos de seus executivos, fornecedores, sindicatos e revendedores para poderem receber empréstimos de juros baixos adicionais, dos quais precisam para evitar a concordata. As informações são da Dow Jones.
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